Brasil se propõe a ajudar na crise no Oriente Médio e Norte da África

05/06/2011 - 13h04

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo do Brasil vai integrar os esforços internacionais para buscar soluções práticas e pacíficas para encerrar a crise no Oriente Médio e no Norte da África. A cooperação brasileira se concentra na cooperação, por meio de programas agrícolas e de transferência de renda, para a autonomia de países como a Líbia, o Egito e a Tunísia. A proposta brasileira ganhou apoio dos Estados Unidos, da Jordânia, da Turquia, de Mônaco, do Líbano, da Argélia e da Hungria.

A mensagem às autoridades estrangeiras foi transmitida pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, nas visitas aos Estados Unidos e à Itália, que ele encerrou sábado (4). “As posições de moderação e a abstenção brasileira, na discussão sobre a área de exclusão aérea na Líbia, foram muito elogiadas pelas autoridades do Oriente Médio e Norte da África”, disse à Agência Brasil o porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes.

Nas visitas a Washington, nos Estados Unidos, e Roma, na Itália, Patriota conversou com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, o presidente da Hungria, Pál Schmitt, e os primeiros-ministros de Mônaco, Michel Roger, e do Egito, Essam Sharaf, além dos chanceleres da Jordânia, Nasser Judeh, do Marrocos, Taib Fassi Fihri, dos Países Baixos, Uriël Rosenthal, do Líbano, Ali Hussein Al Shami, da Turquia, Ahmet Davutoglu, e o ministro da Presidência da Argélia, Abdelaziz Belkhadem.

De acordo com o porta-voz do Itamaraty, Patriota afirmou aos estrangeiros que a segurança alimentar e a autonomia neste setor são meios de assegurar o equilíbrio interno dos países que passam por momentos de apreensão. “Há um consenso sobre a necessidade de inclusão e estes caminhos apontados pelo Brasil são bem-vindos”, afirmou Tovar Nunes. “A secretária Hillary Clinton considerou a proposta brasileira muito interessante e adequada”.

No Oriente Médio e Norte da África, as crises políticas se alastraram desde a Tunísia, onde começaram as manifestações populares, até o Egito, o Bahrein, a Síria, o Iêmen e a Líbia de maneira mais intensa. Contrariamente à disposição de parte da comunidade internacional, o Brasil não apoiou os ataques aéreos, promovidos pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na Líbia. Para o governo brasileiro, a alternativa ideal é buscar o acordo por intermédio do diálogo com todos os setores da sociedade líbia.

A crise em vários países no Oriente Médio e Norte da África é observada com preocupação pela comunidade internacional devido às consequências a curto e longo prazo. As denúncias de violação de direitos humanos, com registros de crimes contra a humanidade, envolvendo assassinatos em massa e estupros, aumentam diariamente. A Organização das Nações Unidas (ONU) e organizações não governamentais advertem sobre as dificuldades existentes na distribuição de alimentos e água para os civis que estão nas áreas atingidas pelos conflitos.

Edição: Fernando Fraga