Banco Mundial aumenta empréstimos para o Brasil

01/06/2011 - 20h27

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Os empréstimos do Banco Mundial (Bird) ao Brasil vão quase dobrar nos próximos 12 meses, anunciou o presidente da instituição, Robert Zoellick. Em visita ao país, ele afirmou que a maior parte desses recursos extras serão aplicados em projetos de erradicação da pobreza no Nordeste.

Em 2010, o banco emprestou US$ 3,7 bilhões ao Brasil. Neste ano, o organismo pretende emprestar de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões. Desse total, US$ 3,5 bilhões irão apenas para a Região Nordeste.

Para o presidente do Banco Mundial, o Nordeste requer mais atenção porque a instituição quer promover a convergência de desenvolvimento entre as regiões. No fim da semana, ele viajará a Pernambuco, onde se reunirá com sete governadores da região para discutir os projetos de apoio do banco.

De acordo com o diretor para o Brasil do Banco Mundial, Makhtar Diop, o foco da instituição na região não é apenas os projetos pontuais como construção de escolas e hospitais, mas o apoio a políticas de desenvolvimento de longo prazo, como qualificação profissional, capacitação de servidores públicos para a melhoria das condições fiscais. “Queremos levar a região para o crescimento sustentável, superando os constrangimentos fiscais nos governos estaduais e melhorando a competitividade da mão de obra”, declarou.

Segundo Zoellick, o acordo para o pré-pagamento de US$ 3,1 bilhões da dívida do país com a instituição permitirá dar continuidade aos empréstimos para os estados. “Tivemos de fazer esse acordo porque o Brasil tem muitas operações de curto prazo que estavam pressionando os limites a que o país tem direito”.

Cada país está sujeito a um limite de US$ 16,5 bilhões em crédito do Banco Mundial. Atualmente, o Brasil têm 64 projetos financiados pelo Bird em 19 estados que representam US$ 13 bilhões.

Em relação ao encontro que terá com a presidente Dilma Rousseff amanhã (2), Zoellick disse que tratará do sucesso das políticas sociais do país, que segundo ele, tirou 20 milhões de pessoas da miséria. Além disso, ele tratará das discussões da preparação para o encontro do G20 – grupo das 20 maiores economias do mundo – que ocorrerá em novembro na França. Segundo ele, serão debatidas medidas para a contenção da volatilidade de preços internacionais.

Em relação ao fim da permanência de norte-americanos no comando do Banco Mundial, medida defendida pelo Brasil, Zoellick afirmou que a instituição promoveu reformas para ampliar os diretos de voto dos países em desenvolvimento e que nomeou economistas dessas nações para postos-chave no banco. Atualmente, os três diretores-gerentes do banco são da Nigéria, do Egito e da Indonésia e o economista-chefe é chinês.

“No longo prazo, a participação de países emergentes na administração talvez seja mais importante que a porcentagem [de votos]”, destacou o presidente do Banco Mundial.
 

 

Edição: Rivadavia Severo