Na Argentina, ministra da Indústria se diz otimista para resolver impasse com o Brasil

27/05/2011 - 9h25

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Depois de uma semana de negociações para tentar encerrar a controvérsia sobre a suspensão das licenças automáticas para a venda de automóveis e autopeças entre o Brasil e a Argentina, a ministra da Indústria, Débora Giorgi (da Argentina), disse ontem (26) estar otimista com o avanço das articulações. Por meio de assessores, ela afirmou que há boa vontade de ambas as partes para obter um acordo.

Os assessores informaram ainda que a expectativa do governo argentino é garantir um acordo que assegure o fluxo de comércio. Apenas no ano passado, as relações comerciais entre a Argentina e o Brasil registraram US$ 32,9 bilhões, sendo que há um superávit – em favor do Brasil – de US$ 4 bilhões.

O governo argentino espera um acordo que leve ao desbloqueio do comércio por causa da suspensão das licenças automáticas do setor automotivo. Também estão sendo negociados outros produtos, como azeite, vinho e lácteos.

Ontem (26), o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, rebateu a possibilidade de o impasse com a Argentina atingir as relações diplomáticas. Segundo ele, o que ocorre no campo comercial é  natural. “É natural que isso ocorra entre dois parceiros que têm um comércio tão significativo, pode haver questões tópicas que surgem”, disse.

Nos último dias, o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, e o secretário da Indústria da Argentina, Eduardo Bianchi, decidiram que representantes dos dois países farão reuniões mensais para discutir a questão das barreiras comerciais impostas pelos dois lados.

Há pouco mais de 15 dias, o MDIC suspendeu a concessão de licenças automática para os automóveis importados da Argentina. A iniciativa fará com que a autorização para os automóveis oriundos da Argentina demore até 60 dias para ser liberada.

Os argentinos resolveram adotar regra semelhante para os produtos do Brasil. Os empresários brasileiros reclamam da retenção nas alfândegas por vários dias. Com isso, o prejuízo é imediato em relação a alguns produtos, como os alimentícios. Outros sofrem com a concorrência interna, como os calçados e pneus.

Com informações da agência pública de notícias da Argentina, a Telam

Edição: Graça Adjuto