Obama defende delimitação de território palestino com base nas fronteiras de 1967

19/05/2011 - 17h18

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O presidente norte-americano, Barack Obama, defendeu hoje (19) que israelenses e palestinos busquem um acordo para a criação de dois Estados independentes e autônomos, seguindo as linhas fronteiriças de 1967. Ao discursar no Departamento de Estado norte-americano, em Washington, o presidente disse que as áreas ocupadas pelos israelenses em Jerusalém, na Cisjordânia e Faixa de Gaza devem integrar o futuro território palestino.

“Uma paz duradoura vai conter dois territórios, cada um tendo sua autodeterminação. Todas as questões deste conflito devem ser negociadas. [Deve haver] Dois Estados independentes. Acreditamos que as fronteiras têm de ser baseadas nas linhas de 1967 e é preciso ter segurança para os dois Estados”, afirmou Obama.

Obama apelou para que os líderes políticos palestinos e israelenses busquem o respeito mútuo. Intercalando o discurso político com exemplos de sofrimento dos dois lados, como as mortes de vítimas civis, o presidente norte-americano afirmou que Israel deve reconhecer o direito de o povo palestino se “autogovernar”, enquanto os palestinos devem dar legitimidade ao governo israelense para negociar.

Porém, Obama evitou mencionar um dos temas mais tensos das negociações: as construções de assentamentos israelenses em áreas historicamente ocupadas por palestinos, no setor oriental de Jerusalém. O assunto já causou diversos conflitos, que resultaram em mortes.

Dentro de quatro meses, haverá sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, quando os palestinos pretendem cobrar da comunidade internacional o apoio para a intensificação das negociações por um acordo para a criação de um Estado palestino independente.

O presidente norte-americano optou por recomendar que ambos os lados tomem decisões olhando para o futuro e, não, o passado. “As escolhas são entre ódio e esperança, entre os escombros do passado e o futuro. Temos muitos desafios pela frente. Mas muitas razões para ter esperança”, afirmou Obama.

Edição: Lana Cristina