CUT aposta em consenso sobre a proposta de financiamento público exclusivo de campanha na reforma política

19/05/2011 - 20h17

Bruno Bocchini

Repórter da Agência Brasil

 

São Paulo – Dentre as mudanças em debate na reforma política, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) aposta que o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais possa encontrar o maior consenso. O tema é o primeiro da lista de propostas da classe trabalhadora que será levada ao Congresso Nacional.

“Eu espero que o financiamento público exclusivo de campanha possa ser um tema de maior consenso ou de maior unidade dos vários atores sociais no Congresso. A nossa avaliação é que, ao manter o atual sistema eleitoral, só vai ser eleito nesse país quem tiver muito dinheiro”, disse o presidente da CUT, Arthur Henrique.

Segundo ele, dos 513 deputados da Câmara, mais de 300 estão ligados a empresas ou foram financiados por elas, o que diminui a representatividade das classes sociais no Congresso. “A gente quer financiamento público para acabar com essa forma de uma empresa financiar um determinado candidato; e esse candidato, depois de eleito, evidentemente passar a ter compromisso com aquela empresa, com o setor econômico que o financiou”, afirmou.

As sugestões da CUT incluem também a votação em lista, que intercalaria as candidaturas de homens e mulheres, garantindo a ampliação da participação feminina na política. “A lista tem um caráter de democratizar e de fortalecer os partidos políticos. E como fazer para que partido também não se utilize de sua estrutura interna na lista? Você pode ter uma lista mista, que você estabelece a partir do debate da convenção partidária, e a partir de uma eleição direta dentro do partido, com prévias. E essa lista pode ser modificada pelos eleitores nas prévias”.

A CUT ainda propõe a alteração do papel do Senado, mudanças na proporcionalidade de representantes estaduais e a ampliação da participação popular na formulação das leis.

 

Edição: Aécio Amado