Sob ponto de vista ético, Sarney diz que caso Palocci está encerrado

18/05/2011 - 13h06

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defendeu hoje (18) o ministro-chefe da Casa Civil sobre o caso de ter adquirido um apartamento e um escritório, pouco antes de ter assumido a chefia da Casa Civil no governo da presidenta Dilma Rousseff. Segundo matérias veiculadas pela imprensa, o valor dos bens somariam mais de R$ 7 milhões.

Para Sarney, esse caso foi encerrado, sob o ponto de vista ético, no Conselho de Ética do Executivo a quem Palocci prestou as informações. Já do ponto de vista da legalidade, o presidente do Senado ressaltou que o ministro, quando fora do exercício de cargo público, “não fez nada além do que outros fizeram quando deixaram funções públicas”.

Ele acrescentou que, pela experiência acumulada como ministro da Fazenda, Antonio Palocci “adquiriu grande visibilidade” tanto no cenário nacional quanto no internacional, o que torna natural os convites para que participe de palestras, conferências e até mesmo para emitir pareceres.

“A função pública desaparece, quando a pessoa deixa de ser o grande fornecedor de informações na sua área”, destacou José Sarney. Sobre a tentativa da oposição de convocar o ministro para que preste esclarecimentos, no Congresso, o senador disse que eles estão cumprindo o dever de contestar e levantar os problemas sobre assuntos de governo. “É uma coisa normal da democracia”.

Por e-mail enviado ontem (17) ao Senado, Palocci disse que todas as informações sobre a empresa Projeto e as medidas tomadas para prevenir conflito de interesse foram registradas na Comissão de Ética Pública da Presidência da República quando tomou posse como ministro. Segundo o texto, a empresa Projeto prestou serviços para clientes da iniciativa privada, tendo recolhido sobre a remuneração todos os tributos devidos. Ele afirma ainda que o patrimônio auferido pela empresa foi fruto da atividade de consultoria e é compatível com as receitas alcançadas nos anos de exercício.

Edição: Talita Cavalcante