França confirma que DNA permite identificação de vítimas do voo 447

18/05/2011 - 14h49

BBC Brasil

Brasília - Os resultados dos testes de DNA feitos nos restos mortais de duas vítimas do voo AF 447 da Air France, resgatados no fundo do Oceano Atlântico, são positivos, o que irá permitir a identificação dos corpos e a continuidade das operações para retirada dos corpos que ainda estão submersos. A informação é da direção-geral da Polícia Militar francesa.

A extração do DNA dos ossos de duas vítimas resgatadas, em maio, era considerado fundamental para determinar se a operação de retirada dos corpos do fundo do mar será mantida. A Justiça da França informou às famílias das vítimas, na semana passada, que, se os corpos não pudessem ser identificados, não haveria novos resgates.

Segundo a Polícia Militar francesa, encarregada do resgate dos corpos, os testes revelaram que é possível tecnicamente extrair o DNA para identificar as vítimas, mas a identificação dos dois corpos retirados do Atlântico ainda não foi realizada.

O diretor do Instituto de Pesquisas Criminais da França, coronel François Daoust, disse que os especialistas franceses ainda não dispõem dos dados genéticos dos parentes brasileiros para realizar a comparação com o DNA que será extraído dos corpos resgatados. Os legistas franceses dispõem no momento apenas do material genético das vítimas europeias.

Segundo Daoust, caberá à Interpol (Policia Internacional) solicitar às autoridades brasileiras o DNA dos parentes das vítimas brasileiras. O navio francês Ile de Sein, que havia deixado a área de buscas no Atlântico na última sexta-feira (13) para retornar a Dacar, no Senegal, a fim de efetuar a troca da tripulação, deixa novamente o Porto de Dacar nesta quarta-feira rumo à costa brasileira, informou a Polícia Militar.

O navio deverá chegar à área onde foi localizada a fuselagem do avião, a 1,1 mil quilômetros da costa brasileira, no dia 21 de maio, e as novas operações de resgate dos corpos deverão durar 15 dias.

Porém, a Polícia Militar francesa disse que apenas os corpos que tecnicamente puderem ser retirados do oceano – ou seja, aqueles que não correm o risco de sofrer degradações ainda maiores ao serem levados à superfície - serão resgatados. A Justiça francesa informou às famílias que os corpos deteriorados não serão retirados em nome da preservação e dignidade das vítimas, assim como em respeitos aos parentes.