Movimentos do campo querem que reforma agrária seja incluída no combate à pobreza

16/05/2011 - 21h46

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Em reunião hoje (16) no Palácio do Planalto, entidades representantes de movimentos do campo pediram ao governo que o tema do acesso à terra seja central para o combate à pobreza. "Nós entendemos que, sem o acesso a terra, não há como resolver a pobreza no campo", disse Walter Israel da Silva, representante do Movimento dos Pequenos Agricultores na reunião.

Nas próximas semanas, o governo deve lançar o programa com o objetivo de erradicar a pobreza, uma promessa de campanha da presidenta Dilma. Os campesinos entregaram à ministra do Desenvolvimento Agrário, Tereza Campello e ao ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, um conjunto de propostas. O principal pedido é que o governo acelere o processo de reforma agrária.

O encontro de hoje foi o primeiro promovido pelo governo para apresentar aos movimentos sociais as linhas gerais do plano. Além dos trabalhadores do campo, o governo também quer ouvir movimentos urbanos, igrejas, representantes do agronegócio, o setor industrial e os sindicatos. De acordo com a ministra, esses encontros ocorrerão nesta e na próxima semana. A intenção do governo é lançar o programa no começo de junho.

A ministra também informou que não será difícil acolher as reivindicações já que o plano, segundo ela, contempla a maior parte das demandas. "Nós apresentamos em linhas gerais o plano. Este encontro é uma proposta de ouvi-los antes de lançarmos o plano. A maior parte das questões colocadas têm uma grande aderência com o que nós já estamos propondo", disse a ministra.

Sem dar detalhes, Tereza Campello disse que resolver a pobreza no campo é uma questão estratégica para que o plano realmente dê resultados. "Tanto para o campo, como para a cidade, nós temos três grandes eixos que envolvem transferência de renda, inclusão produtiva e ampliação dos serviços públicos. A agenda do campo é uma agenda totalmente específica porque metade da população extremamente pobre do Brasil está no campo, no meio rural, portanto é uma agenda estratégica. Mas eu não vou poder adiantar detalhes".
 

 

Edição: Rivadavia Severo