Honduras deve ser reintegrada à OEA até junho, diz chanceler da Colômbia

16/05/2011 - 16h55

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Suspensa da Organização dos Estados Americanos (OEA), Honduras pode ser reintegrada ao órgão até o mês que vem. A sinalização foi dada pela ministra dos Negócios Estrangeiros da Colômbia, Maria Angela Holguín, uma das principais negociadoras do processo de reinserção dos hondurenhos ao organismo multilateral americano. A OEA suspendeu Honduras após considerar que o então presidente Manuel Zelaya foi deposto do cargo, em 28 de junho de 2009, por um golpe de Estado.

As informações são do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Colômbia. A chanceler colombiana disse que até 6 de junho, data da próxima assembleia geral da OEA, em El Salvador, o governo de Honduras já deverá ter sido reincorporado ao órgão.

O assunto foi tema de uma reunião de Holguín com o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, que também participa das negociações de reintegração de Honduras à OEA. Na semana passada, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, confirmou que a reinserção do governo hondurenho está próxima.

A expectativa da comunidade internacional é que o atual governo de Honduras, do presidente Porfirio Pepe Logo, cumpra alguns acordos como o fim da perseguição ao grupo político ligado a Zelaya, a preservação das garantias constitucionais, o apoio às investigações das denúncias de violação de direitos humanos e a concessão de direitos políticos para o ex-presidente deposto.

Zelaya foi deposto, segundo a interpretação do governo brasileiro e de outros países, por um golpe de Estado coordenado por lideranças dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. A iniciativa causou reações na comunidade internacional. Para o Brasil, o reconhecimento do governo Pepe Lobo e o retorno de Zelaya a Honduras estão vinculados ao cumprimento desse quadro de exigências.

Após a deposição de Zelaya, os governos da Argentina, da Bolívia, do Brasil, do Equador, do Paraguai, do Uruguai, da Venezuela e da Nicarágua decidiram não reconhecer o processo eleitoral que levou à vitória o presidente Pepe Lobo, que tomou posse em 27 de janeiro de 2010. Para o Brasil, o ambiente não correspondia aos princípios democráticos.

Edição: Vinicius Doria