Forças de segurança atacam zona residencial da terceira maior cidade síria

11/05/2011 - 9h31

Da BBC Brasil

Brasília - Testemunhas relataram hoje (11) que as forças de segurança do governo do presidente da Síria, Bashar Al Assad, atacaram uma zona residencial em Homs - a terceira maior cidade do país. Diversas pessoas contaram que o distrito de Bab Amro, que é predominantemente residencial, foi alvo de um ataque do Exército às 5h30 desta quarta-feira (23h30 da noite de terça-feira, no horário de Brasília).

Um dos moradores afirmou que o distrito está cercado há quatro dias e que os moradores da região estão sem acesso à água, eletricidade ou a atendimento médico. Segundo ele, alguns moradores teriam resistido à ação do Exército com rifles.

Testemunhas disseram que pontos de checagem foram montados ao redor do distrito. Nenhuma das informações pôde ser verificada em fontes independentes, pois jornalistas estrangeiros não têm permissão para entrar no país.

Homs é mais uma cidade ocupada pelo Exército desde março, quando começou a série de protestos na Síria. O Exército está presente no norte da capital, Damasco, em Baniyas, que fica no litoral do Mediterrâneo, e em Deraa, no Sul do país. Deraa está isolada há duas semanas.

Há indícios de que forças de segurança estão agindo também em outras cidades. Na terça-feira, testemunhas disseram que alguns tanques estavam se movimentando em direção à cidade de Hama, na Região Central. Também há relatos de ações das forças de segurança contra manifestantes nas cidades de Tafas, Latakia, Qadam e Idlib.

Em Jassem, no Norte da Síria, houve manifestações na noite de terça-feira, mesmo com relatos de que tanques estavam entrando na cidade. Dezenas de pessoas foram mortas nos últimos dias e a estimativa é que centenas foram presas pelas autoridades.

O governo de Assad informou que os manifestantes são terroristas que matam policiais e soldados. Já os ativistas dizem que muitos soldados estão sendo mortos pelo próprio Exército, por se recusarem a atirar em civis.

Um grupo de defesa dos direitos humanos afirma que tem provas documentais de que mais de 700 pessoas – 621 civis e 120 soldados ou policiais – foram mortas pelas forças de segurança da Síria desde o início dos protestos contra o governo.

A Organização Nacional pelos Direitos Humanos na Síria disse que 300 pessoas que haviam sido presas na cidade de Baniyas foram soltas. O grupo afirma que os serviços básicos – como água, luz e telefone – já foram restabelecidos na cidade, que havia sido alvo de ataque do Exército na semana passada. Baniyas continua com tanques na rua, segundo a entidade.

Outro grupo sírio de direitos humanos, o Sawasiah, disse que 800 civis foram mortos. Autoridades do país desmentem o número e dizem que 100 soldados foram mortos.