Levar ações de combate à pobreza extrema a áreas isoladas é desafio, diz especialista

09/05/2011 - 13h26

Da Agência Brasil

Brasília – As políticas públicas de combate à extrema pobreza devem dar atenção especial ao enfrentamento do problema no meio rural, defende o especialista Carlos Miranda, do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura no Brasil.

Estudo divulgado pelo governo federal na semana passada revela que a maioria dos brasileiros que vivem em situação de extrema pobreza é negra ou parda, jovem e vive na Região Nordeste. “O governo deve trabalhar esses grupos com políticas públicas de acordo com suas características e interesses”, destacou Miranda em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Fazer com que políticas públicas cheguem a grupos populacionais isolados é um grande desafio. Quando falamos em Nordeste, estamos tratando de uma população rural, por isso, é necessário um esforço”, disse.

Segundo o estudo divulgado pelo governo, feito com base em informações preliminares do Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 46,7% dos extremamente pobres vivem no campo, que responde por apenas 15,6% da população brasileira. De cada quatro moradores da zona rural, um encontra-se na miséria. As cidades, onde moram 84,4% da população total, concentram 53,3% dos miseráveis.

Miranda ressaltou que as políticas públicas atuais do governo, como o Programa Bolsa Família, têm possibilitado uma redução importante dos níveis de pobreza no país. “Certas políticas devem persistir e criar ambientes favoráveis à erradicação da miséria.”

“A pobreza conspira contra a cidadania, o cidadão em situação de miséria não é um cidadão pleno. A pobreza não é uma questão individual, e sim uma questão política da sociedade”, acrescentou Carlos Miranda.

Edição: Juliana Andrade e Talita Cavalcante