Escolha certa de serviços adicionais pode baratear apólice de seguro em até 15%, diz sindicato

07/05/2011 - 14h32

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Escolher bem os serviços adicionais ao fazer uma apólice de seguros pode reduzir o preço final do contrato em até 15%, segundo o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo (Sincor-SP), Mário Sérgio de Almeida Santos. “Isso em um seguro que custa R$ 2 mil ou R$ 3 mil é significativo”, explicou.

Para chegar ao melhor custo benefício, Santos recomenda que o consumidor discuta detalhadamente suas necessidades com o corretor. Segundo ele, as seguradoras oferecem uma variedade cada vez  maior de serviços agregados, tanto para seguros de veículos quanto para residenciais. Mas, com cuidado, é possível fazer um plano que seja mais vantajoso. “Se a pessoa usa o carro somente para ir e voltar do trabalho, por que vai querer uma cobertura de 500 quilômetros de guincho?”, exemplifica.

Alguns adicionais, no entanto, já foram praticamente incorporados ao serviço de seguros pelos usuários. Santos explica que na maioria das vezes o consumidor avalia o seguro pelos serviços agregados, como guincho 24 horas. “A garantia principal, contra colisão, incêndio e roubo, ele [consumidor] não está muito preocupado com isso, não”, brinca.

O socorro para casos de panes ou acidentes com veículos é um serviço que o próprio corretor destaca como fundamental. “Ninguém pode se furtar dessa cobertura. Ela é tão importante quanto o seguro do carro, porque a chance de usar esse serviço é bem maior que a de usar o seguro do carro."

Sempre antes de renovar a apólice do seu carro, o empresário Geraldo Maestrelli consulta seu corretor sobre as vantagens e preços oferecidos em cada seguradora. “Vou dando uma olhada antes de renovar”, explica. Entre os benefícios indispensáveis, Maestrelli destaca o carro extra fornecido quando o seu próprio automóvel passa por reparos na oficina. “Descontos de estacionamento também já usei bastante”, completou.

Além dos serviços mais tradicionais, o empresário costuma aproveitar outras pequenas vantagens oferecidas pelas seguradoras. Recentemente, levou sua cachorra a um pet shop conveniado com a companhia de seguros. Ele disse que sabia da existência do serviço, mas ainda não tinha usado. “Achei interessante, um ponto mais”, destacou. Além disso, Maestrelli já consertou por duas vezes a máquina de lavar roupas com os convênios oferecidos na apólice e  espera, agora, que a seguradora também passe a oferecer descontos em restaurantes.

Para o diretor executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Neival Rodrigues Freitas, os produtos agregados servem como diferenciais entre o segmento altamente competitivo das empresas seguradoras. “É mais um fator de influência na escolha da seguradora, justamente pelo mercado ser muito competitivo."

Segundo Freitas, o setor tem crescido em um ritmo bem superior ao restante da economia. A previsão para este ano é uma expansão de 10% a 12% no volume de prêmios (valores pagos por seguros). Em 2010 o setor recebeu pouco mais de R$ 90 bilhões em prêmios.

Ainda existe, no entanto, muito espaço para o crescimento das seguradoras no país, na avaliação de Freitas. Ele compara o volume de prêmios com o Produto Interno Bruto (PIB) - no Brasil essa proporção é 3,6%, enquanto no Chile, por exemplo, já é cerca de 8%.

Edição: Andréa Quintiere