Dilma diz que políticas monetárias expansionistas de alguns países têm provocado inflação

05/05/2011 - 16h43

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (5) que algumas economias têm adotado políticas monetárias expansionistas, provocando inflação em vários países. A declaração foi dada à imprensa, ao lado do presidente da Alemanha, Chistian Wulff, que visita o Brasil oficialmente.

“Percebemos que países desenvolvidos com crescimento ainda fraco têm adotado políticas monetárias extremamente expansionistas com evidentes efeitos negativos sobre a inflação mundial”, afirmou.

Segundo Dilma, em reunião com o presidente alemão, foi dito que o Brasil vive uma fase especial de crescimento e inclusão social, mas que o país mantém o compromisso de resistir às pressões inflacionárias, “tanto as que vêm de fora quanto as do nosso próprio país.”

A presidente contou, ainda, que apresentou a Wullf oportunidades na área de investimentos em portos e aeroportos no Brasil e também para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos. Os dois chefes de Estado também falaram do interesse na participação de investidores alemães nas obras dos eventos esportivos e do aproveitamento da tecnologia alemã na construção do trem de alta velocidade.

Com discurso em torno do fortalecimento das relações entre a Alemanha e o Brasil, Dilma afirmou que ambos são parceiros na defesa de uma ordem mundial mais justa e democrática e que respeite os direitos humanos. Segundo ela, os dois mandatários conversaram sobre o G20 (grupo das maiores economias do mundo) e concordaram com a necessidade de aprimoramento das governanças financeiras internacionais.

Eles ainda trataram de meio ambiente e biocombustíveis. “Concordamos no caráter estratégico de nossa parceria no setor energético, principalmente para usar energias renováveis em nossos países. O Brasil usa etanol há 30 anos sem que isso gerasse problemas na produção de alimentos, ao contrário, gerou milhões de empregos”, disse a presidenta.

O desenvolvimento de parcerias entre pequenas empresas dos dois países foi uma proposta feita por Dilma e aceita pelo presidente da Alemanha. “Vamos fazer o que a senhora propôs, apoiar as pequenas e médias empresas e, assim, estabelecer mais laços de amizade ainda”, disse Chistian Wulff.

Dilma aproveitou a presença do presidente alemão para convidar a chanceler alemã, Angela Merkel, para uma visita ao Brasil.

O Brasil é o maior parceiro comercial da Alemanha na América Latina. A Alemanha, por sua vez, é o quarto principal parceiro comercial do Brasil. O intercâmbio, em 2010, totalizou US$ 20,6 bilhões, o que representou 23% do comércio entre o Brasil e a União Europeia.

Edição: Lana Cristina