PV tenta adiar votação do Código Florestal

03/05/2011 - 12h54

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Partido Verde mobilizou-se para adiar a votação do projeto de lei que altera o Código Florestal. Na noite de ontem (2), o PV teve acesso ao texto que se pretende colocar em votação hoje (3) na Câmara e detectou uma série de trechos controversos, os quais a legenda trata como “pegadinhas”. A ex-senadora Marina Silva logo no início da manhã de hoje (3) reuniu-se com a bancada para traçar a estratégia para tentar negociar outro texto.

O deputado José Sarney Filho (PV-MA), entretanto, destacou a dificuldade de se conseguir mais prazo. “Com uma bancada de 13 deputados é impossível adiar se não tivermos o apoio do PT e do governo. Mas acho que vai dar certo”. Logo depois do café da manhã com os verdes, Marina Silva seguiu para o Palácio do Planalto para tentar negociar o apoio do governo em uma conversa com o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.

A ex-senadora e candidata pelo partido à Presidência da República em 2010 ressaltou que o relatório apresentado pelo governo ontem, no fim da tarde, “tem um monte de mudanças e pegadinhas que aparentemente entregam uma vitória com uma das mãos e retiram com a outra”. Por conta disso, é que o PV decidiu mobilizar-se para negociar com setores do governo da área ambiental, partidos e com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).

A princípio, Maia conversou por telefone com Sarney Filho e agendou um encontro para as 17 horas de hoje. Entre as “pegadinhas” citadas por Marina, ela destacou a que viabiliza o pastoreio em reservas legais, o que permitiria a criação de gado, por exemplo, em reservas da Amazônia e da Mata Atlântica.

“O pior de tudo é que o relatório que está sendo apresentado não foi legalmente aprovado nas comissões de mérito. O que vai para votação é um relatório que não foi apreciado nas comissões e não foi mudado [pelo colegiados]”, ressaltou Marina. Perguntada se o assunto poderia terminar no Supremo Tribunal Federal (STF), ela tem a expectativa que o “bom-senso” faça com que os parlamentares entendam que não há como fazer essa votação.

Edição: Talita Cavalcante