Resolução do PT ressalta fragmentação dos partidos de oposição no país

30/04/2011 - 16h15

Luciene Cruz*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou hoje (30) resolução em que ressalta a fragmentação dos partidos de oposição no país. Nomeado ontem (29) presidente da sigla, Rui Falcão disse que os partidos que fazem oposição ao governo da presidenta Dilma Rousseff perderam sua perspectiva de projeto por causa da “falência de ideias”. Segundo ele, ideias “conservadoras e neoliberais”.
  
“Existe fragmentação dos partidos de oposição”, afirmou Falcão, em entrevista concedida no início da tarde, após reunião do diretório em Brasília. “A oposição parece ter perdido a sua perspectiva de projeto, muito devido à falência de algumas das ideias que defendiam e que entraram em crise no plano internacional, ideias conservadoras, neoliberais.”

Por dois dias, o Diretório Nacional do PT discutiu o calendário anual de encontros setoriais do partido e a preparação para eleições municipais de 2012. Para Falcão, a popularidade do partido é cada vez maior, depois de dois governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da gestão de Dilma.

“O amplo apoio resulta da grande confiança iniciada pelo [governo] Lula e pelas primeiras ações do atual governo, que vêm reforçando as bases do desenvolvimento econômico com justiça social”, disse Falcão, que foi eleito nessa sexta-feira novo presidente do PT até 2013, em substituição a José Eduardo Dutra, que renunciou ao cargo por motivo de saúde.

Ontem, o Diretório Nacional do PT aprovou a refiliação do ex-tesoureiro Delúbio Soares. Delúbio deixou o partido em 2005 em decorrência de acusações envolvendo o esquema de compra de votos no Congresso Nacional, conhecido como mensalão.

Falcão negou que os petistas tenham concedido anistia a Delúbio.  “Não é anistia, os erros estão lá, não foram extintos. Mas não há pena perpétua no PT. Ele sustentou a estrela e ideias do PT, mas nada depôs contra ele nesse período que dura quase seis anos”, disse.

Na reunião de hoje, o partido definiu em resolução os temas que defende para a reforma política. O documento traz cinco pontos: a manutenção do voto direto proporcional, o financiamento público exclusivo em campanha, a lista fechada de forma democrática, a fidelidade partidária, o estímulo e a remoção de obstáculos que impedem o exercício da participação popular de forma intensa, como referendos ou plebiscitos.

No texto, o PT defende a preservação de alguns tópicos, que chama de “virtudes” do atual modelo, como “o sistema de proporcionalidade nas eleições parlamentares, o voto obrigatório e ausência de cláusula de barreira”.

*Colaborou Renata Giraldi
Edição: Graça Adjuto//Matéria alterada para atualização