Embaixada do Brasil na Síria está em alerta, mas brasileiros não estão ameaçados pela crise

26/04/2011 - 19h52

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A crise na Síria, onde aumentam as manifestações de protesto contra o governo do presidente Bashar Al Assad, não afetou diretamente a vida dos cerca de 3 mil brasileiros que moram no país. A Embaixada do Brasil está em alerta e colocou-se à disposição deles. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, por enquanto, só houve uma solicitação de apoio à embaixada, porque a pessoa estava com dificuldades para retornar ao Brasil.

Diplomatas que acompanham o assunto informaram à Agência Brasil que, apesar do agravamento das tensões na Síria, os aeroportos funcionam normalmente e há condições para deixar o país. Segundo os diplomatas, por enquanto, a orientação é para manter o alerta e evitar viagens à região, pois o clima é de apreensão e preocupação.

De acordo com os diplomatas, não existe, no momento, a possibilidade de evacuar áreas, nem de pedir ajuda externa para a retirada dos brasileiros que vivem na Síria. Em julho de 2006, o governo brasileiro optou por retirar os brasileiros que estavam no Líbano, quando o país, que tem fronteira com a Síria, foi invadido por tropas israelenses.

No entanto, para o governo brasileiro, a situação atual da Síria é diferente da do Líbano cinco anos atrás. Por essa razão, segundo o governo brasileiro, não há razão para optar pelo evacuação de áreas nem pela retirada de brasileiros.

Ontem (25) o Itamaraty divulgou nota sobre a preocupação do governo brasileiro com o acirramento das tensões na Síria. Para o Brasil, é essencial buscar uma negociação por via pacífica, sem uso da violência ou de meios militares, para tentar um acordo entre os aliados do presidente Al Assad e os oposicionistas.

“O governo brasileiro reitera o repúdio ao uso da força contra manifestantes desarmados e expressa a expectativa de que a crise seja equacionada pela via do diálogo. O governo brasileiro sublinha que as aspirações legítimas das populações do mundo árabe devem ser equacionadas por processos políticos inclusivos e não pela via militar”, diz a nota.

De acordo com organizações não governamentais, pelo menos 350 pessoas morreram nos últimos dias depois que se acentuaram os embates entre os manifestantes que protestam contra Al Assad e as forças de segurança do governo. Os manifestantes exigem a saída do presidente, o fim do autoritarismo e mais liberdade de expressão – assim como a libertação de presos políticos.

Edição: Nádia Franco