Amaerj pretende ajudar, com orientação jurídica, parentes de vítimas do massacre em escola

07/04/2011 - 20h51

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) vai acompanhar os fatos envolvendo a tragédia na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, para ajudar os parentes das vítimas no caso de, eventualmente, terem algum direito e orientar como fazer para procurar esse direito, disse hoje (7) o presidente da Amaerj, desembargador Antonio Cesar Siqueira . No momento, a Justiça não tem muito a fazer, explicou. “Porque o autor do ato se suicidou. Então, punição para ele não haverá”.

O presidente da Amaerj avaliou que o massacre que resultou na morte de 11 alunos e ferimentos em mais 13 “é a prova de que o mundo está embrutecendo mais, se tornando cada vez mais violento”. O magistrado lamentou a morte das crianças pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, no dia em que a Amaerj dá início ao ciclo 2011 do programa Conhecendo o Judiciário (Juristur).

O projeto é promovido em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, o Tribunal de Justiça do estado (TJRJ) e a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) e realiza o contato de alunos das 7ª, 8ª e 9ª séries da Rede Municipal de Ensino de áreas pobres com o Poder Judiciário.

A primeira escola visitante foi a Escola Municipal Mascarenhas de Morais, no bairro do Caju. “Nós fizemos um minuto de silêncio em homenagem aos mortos e feridos dessa escola. Foi um momento muito triste porque, no fundo, você vê que são crianças que têm a vida pela frente e um ato desses, absolutamente alucinado, põe fim.” Lembrou que a vida dos parentes também é afetada e jamais será a mesma coisa.

O programa Conhecendo o Judiciário existe há quase dez anos, mas funcionava somente com alunos de faculdades de direito. Do ano passado para cá, foi firmado um convênio com a Secretaria Municipal de Educação. O presidente da Amerj revelou ter sido tocado por declaração da secretária Claudia Costin em que ela atribuía grande parte do abandono escolar e da repetência à falta de visibilidade da escola como elemento de melhoria social.

“Então, nós resolvemos fazer essa parceria para mostrar que estudando você pode chegar ao infinito. E resgatar a ideia de que a escola é o lugar ideal para que se trace um futuro melhor para você e sua família”. No prédio do Centro Cultural da Justiça, um ator, representando o jurista Rui Barbosa, mostra aos alunos como funcionam o júri e os julgamentos.

No ano passado, mais de dez escolas foram atendidas, reunindo entre 30 e 40 alunos por unidade. O desembargador Antonio Cesar Siqueira informou que o projeto tem continuidade na sala de aula, onde os alunos fazem trabalhos de divulgação e escrevem redações narrando o que viram e aprenderam e o que aquilo significou para eles. No final do ano, os melhores trabalhos são premiados.

 

Edição: Aécio Amado