Economias dos sete países mais industrializados podem crescer 3% em média, diz OCDE

05/04/2011 - 11h39

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou hoje (5) um relatório informando que há uma tendência de crescimento das economias dos países que compõem o grupo dos países mais industrializados no mundo, o G7. Na relação estão a França, Alemanha, Itália, o Japão, Reino Unido e os Estados Unidos. Mas há um alerta sobre o Japão: o terremoto e o tsunami ocorridos no mês passado podem afetar as perspectivas.

A OCDE calcula que o crescimento econômico em economias do G7, exceto no caso do Japão, pode atingir uma taxa anualizada média de 3% no primeiro semestre de 2011. "As perspectivas de crescimento são mais elevadas em toda a área da OCDE e a recuperação está se tornando autossustentada”, afirmou o chefe do escritório da organização, Carlo Padoan.

Os desafios do G7, segundo a OCDE, envolvem a alta taxa de desemprego que se mantém no nível de 2 pontos percentuais acima do patamar do início da crise econômica global. Também há advertências de que a instabilidade no Oriente Médio e Norte da África, associada aos aumentos nos preços dos combustíveis, possa interferir na economia dos países industrializados.

Como aspectos positivos, os especialistas avaliaram, no relatório, que os balanços apresentados pelas empresas que atuam nas áreas do G7 são “saudáveis”, estimulando o crescimento econômico por intermédio de investimentos privados. A tendência é de abertura de vagas de empregos e de um impacto favorável sobre o consumo privado.

A situação considerada uma exceção é o caso japonês. Atingido por um terremoto seguido por um tsunami no último dia 11, o Japão vive um momento político, econômico e social delicado. Os últimos dados das autoridades japonesas indicam que os incidentes provocaram 12.157 mortos e deixaram 15.496 desaparecidos. Para a OCDE, a recuperação dos investimentos no Japão pode ser mais lenta do que a avaliação anterior à catástrofe previu.

Porém, por cautela, os especialistas da OCDE consideram ainda cedo para fazer avaliações futuras sobre a recuperação do Japão. No documento divulgado hoje não há perspectivas sobre o país e a região é colocada como exceção no G7.

As primeiras estimativas das autoridades japonesas informam que houve perdas de aproximadamente 3,3% a 5,2% do PIB anual. Como uma primeira projeção, o crescimento no Japão pode ser reduzido de 0,2 a 0,6 ponto percentual (não anualizado) no primeiro trimestre e de 0,5 e 1,4 ponto percentual no segundo trimestre.

Edição: Juliana Andrade