Polícia Militar de São Paulo passa a registrar boletins de ocorrência

24/03/2011 - 14h56

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Cidadãos paulistas que forem vítimas de roubo ou perderem seus documentos podem, agora, registrar o boletim de ocorrência (BO) em batalhões da Polícia Militar (PM) do estado. Algumas bases da PM paulista estão, desde ontem (23), aptas a registrar ocorrências policiais simples. Até agosto, todos os batalhões da corporação prestarão esse serviço.

O objetivo da medida é facilitar o acesso da população aos policiais e aumentar a integração da PM e da Polícia Civil do estado. Essa integração, aliás, foi debatida hoje (24) pelos chefes das duas corporações em um evento promovido pela Faculdade de Direito da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), na capital paulista.

No debate, o comandante geral da PM de São Paulo, Álvaro Batista Camilo, afirmou que a sinergia entre os órgãos de segurança só traz benefícios para a população. Sobre o registro dos BOs pelos batalhões da PM, ele disse que o cidadão passará a gastar menos tempo para comunicar um fato à polícia e a polícia ganhará mais capacidade de patrulhamento.

“É um dos melhores avanços dos últimos tempos. Vamos ter mais policiais na rua”, disse ele, lembrando que, anteriormente, PMs que se deparavam com um fato policial tinham que se dirigir a uma delegacia e esperar, em média, quatro horas para registrar a ocorrência. “Além disso, eletronicamente, a ocorrência vai para a Polícia Civil que, se for o caso, inicia as investigações.”

O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro Lima, ratificou os benefícios da integração para os cidadãos e disse também que a medida vai facilitar o trabalho dos agentes da Polícia Civil. “O delegado vai poder se focar na sua missão, que é investigar e coordenar a polícia”, afirmou.

Além disso, Lima disse que a base de coleta de dados sobre crimes no estado ficará mais completa. Antes da medida, os BOs eram feitos por aproximadamente 30 mil policiais civis. Agora, cerca de 100 mil PMs também prestarão o serviço. Portanto, ficará mais fácil para o estado coletar informações sobre todos os crimes ocorridos em São Paulo.

O secretário adjunto da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Arnaldo Hossepian, encerrou o debate afirmando que a integração entre os serviços policiais é um avanço e uma meta para o governo paulista. Segundo ele, cursos de capacitação e reuniões sobre a segurança do estado estão sendo feitos em conjunto entre policiais militares e civis.

Hossepian disse, entretanto, que o trabalho da polícia não basta para que a população se sinta segura. “Precisamos de uma política de segurança cidadã”, destacou.

 

Edição: Lílian Beraldo