Exposição mostra réplicas de dinossauros

13/03/2011 - 17h03


Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Uma exposição de 11 réplicas de fósseis de dinossauros encontrados na Patagônia argentina está atraindo olhares de crianças, jovens e adultos desde o último dia 10 no Shopping Morumbi, em São Paulo. Chamada de Dinossauros da Patagônia, a exposição ficará aberta ao público até 10 de abril e é gratuita. Uma das atrações da mostra é o gigantossauro, o maior carnívoro do mundo.

Com 1.200 peças montadas em cinco dias por uma equipe de paleontólogos ligada ao Museu Paleontológico Egídio Feruglio, de Trelew-Chubut, cidade ao sul da Patagônia, as réplicas chamam a atenção pelo realismo. Graças a uma técnica especial, elas não deixam aparecer os encaixes. Os animais tem entre 65 milhões e 250 milhões de anos e foram encontrados entre sete e 20 anos atrás.

“Desde que encontram as peças na montanha houve um trabalho de laboratório, limpeza, alinhamento dos ossos e reconstrução. Depois disso, as réplicas são feitas com materiais especiais, pintadas e montadas. Tudo isso demora sete anos, porque é um trabalho minucioso e científico”, disse a curadora da mostra, Monica Kudernac.

De acordo com ela, a Patagônia é muito rica em fósseis porque a Cordilheira dos Andes foi a última cadeia montanhosa que se formou. Com isso, muitos dos animais que morreram ficaram no alto das montanhas. Quando o vento tira a areia das montanhas, os ossos começam a aparecer e revelar tanto animais carnívoros quanto herbívoros de diversos períodos da era paleontológica, que engloba os períodos triássico, jurássico e cretáceo.

“O que eles comiam depende do formato dos ossos. Os carnívoros têm mandíbulas muito grandes, duas patas apoiadas no chão e outras duas mais curtas para pegar a presa. As duas patas tornavam-nos mais velozes para alcançar a presa. Os herbívoros têm testa pequena, pescoço comprido e quatro patas no chão, porque andavam mais devagar buscando as folhas das árvores”, disse Monica.

Os irmãos Bruno Vitorino, 8 anos, e Beatriz Vitorino, 7, ficaram encantados com a exposição . “Gosto muito de dinossauros e achei que o gigantossauro é muito maior do que o tiranossauro”, disse Bruno. Beatriz ficou curiosa para saber como os animais viviam em seu habitat. “Achei a boca dele muito grande. Acho que ele podia comer muitas coisas ao mesmo tempo. Queria saber como era onde eles moravam.”

A mãe das duas crianças, a arquiteta Loredana Vitorino, achou a mostra interessante. “Eles vivenciam mais além dos livros e podem olhar os animais.”

O professor de francês Thierry Salmon disse que exposição aborda uma temática cientifica pouco conhecida no Brasil. “Isso desperta interesse das pessoas. Vemos muito em filmes, mas são coisas bem vagas e com sensacionalismo. Aqui há uma representação científica, fala das eras geológicas.”

A exposição tem oito anos e é levada a shoppings do mundo inteiro. “É uma forma levar cultura [às pessoas] gratuitamente”, disse Monica. Esta é a primeira vez que a mostra está no Brasil. Antes de São Paulo, ela passou por Ribeirão Preto. As próximas capitais a recebê-la são Belo Horizonte, Salvador, Brasília, Curitiba e Porto Alegre.

Edição: João Carlos Rodrigues