Problemas em equipamento deixam Angra 2 desconectada do Sistema Interligado Nacional

22/02/2011 - 17h48

 

 

Alana Gandra

Repórter da Agência Brasil

 

Rio de Janeiro - A Usina Nuclear Angra 2 está desconectada do Sistema Interligado Nacional (SIN) desde as 3h25 de hoje (22). Segundo o superintendente da usina, Antônio Carlos Mazzaro, não há previsão para o retorno da unidade ao sistema. Técnicos da Eletronuclear vão fazer ainda nesta terça-feira a abertura do equipamento com defeito para poder ter uma avaliação mais precisa sobre a possibilidade de religação da usina. Não está descartada a substituição da energia de Angra 2 por outras usinas térmicas.

 

Dois problemas foram registrados. O primeiro ocorreu no sistema de proteção da turbina. “O circuito eletrônico de medição de pressão de vapor falhou”, relatou Mazzaro. Isso causou o desarme da turbina e a desconexão da usina do SIN.

 

O problema foi corrigido mas, cinco horas depois, às 8h55, quando os técnicos procuravam religar a usina ao sistema elétrico nacional, ocorreu nova falha em outro equipamento. “Um disjuntor que possibilita o fluxo de energia da usina para a rede nacional falhou. Isso fez com que tivéssemos que desligar a turbina novamente e provocou um desarme do reator.”

 

Para que Angra 2 volte a operar será necessário consertar esse segundo problema. O superintendente da usina estima que, no máximo, até amanhã (23) o problema estará resolvido. “Vai depender muito da condição de, quando abrirmos o disjuntor, como está lá dentro.” Ressaltou, contudo, que o problema, embora não rotineiro, não é de difícil solução.

 

Quando houve a primeira paralisação, Angra 2 estava gerando cerca de 1.340 megawatts por hora de energia (MWh). “Isso significa que estamos deixando de colocar no SIN essa quantidade de energia. Fatalmente, eles vão ter que substituir essa energia pela colocação de outras usinas térmicas”, afirmou Mazzaro.

 

Ele disse que a operação da Usina Angra 2 durante um ano, gerando essa quantidade de energia, seria suficiente para abastecer uma cidade com 5 milhões de habitantes.


Edição: João Carlos Rodrigues