Dilma diz que aborto é uma questão de saúde pública e Marina defende plebiscito sobre o tema

24/09/2010 - 0h07

Luciana Lima e Marcos Chagas
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, reafirmou em debate promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que vai tratar o aborto como uma questão de saúde pública, apesar de ser pessoalmente contra a prática do aborto.

“Eu também tenho uma posição clara em defesa da vida. A vida é um valor que temos de respeitar, honrar. Não acredito que mulher alguma seja favorável. O aborto é uma violência contra a mulher. Essa a minha posição pessoal, mas eu, como presidente da República, tenho que pensar nas mulheres pobres desse país, que correm sistematicamente risco de vida. Por isso é que eu digo que o aborto é uma questão de saúde pública, que não pode se confundir com processo de favorecimento ao aborto”, disse Dilma.

A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, disse que optou por não adotar um discurso de conveniência.

“Tenho sido indagada sobre esse tema. Defendo a vida independente da minha crença religiosa. É também uma questão filosófica, moral, de cunho mais elevado. Há uma tendência de dizer que só quem professa a fé é contra aborto”, disse Marina que segue uma posição contrária a defendida por seu partido.

“Perguntei ao PV se era possível conciliar minha posição com a do partido. Tenho defendido que neste tema o que falta é informação. Defendo o plebiscito para ampliar esta possibilidade [debate]. Tenho sido questionada se isso não levaria a construção de uma maioria a favor desta questão. O Congresso pode chegar a uma decisão açodada se não fizermos um debate profundo com a sociedade”, disse Marina.
 


Edição: Rivadavia Severo