Serra é contra financiamento público de campanha; Marina defende proposta

24/09/2010 - 0h51

 

Renata Giraldi, Marcos Chagas e Luciana Lima

Repórteres da Agência Brasil

 

Brasília – Os presidenciáveis José Serra, do PSDB, e Marina Silva, do PV, divergiram na noite de hoje (23) sobre o financiamento público de campanha. Para Serra, o financiamento público de campanha não resolve a questão de caixa 2 e irregularidades no período eleitoral. Marina discordou, e declarou ser totalmente favorável à proposta.

 

Serra e Marina participaram de um debate promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Universidade Católica de Brasília (UCB), em Taguatinga, no Distrito Federal (DF). Os candidatos à Presidência da República Dilma Rousseff, do PT, e Plínio Sampaio, do P-SOL, também participaram do debate.

 

“A reforma política importante para que política possa ser transformada é o financiamento público e eu sou inteiramente favorável com sistema misto - pessoas físicas e não empresas. Trabalhei muito por isso”, disse Marina. “Financiamento público, não sou a favor. O financiamento público não vai evitar o [financiamento] paralelo. Mas pensa-se que resolve o problema embora não resolva”, afirmou Serra.

 

Para Marina, a reforma política não deve incluir lista fechada e deve englobar a democratização da informação. “Lista fechada sou contra por causa engessamento. Sou favorável a democratização da informatização sim”, disse ela.

 

De forma semelhante pensa Serra. Segundo o candidato do PSDB, há o risco de engessamento no que se refere à definição de cotas para mulheres e etnias. “Estabelecer cotas para as mulheres e as etnias seria engessar”, disse ele, argumentando que a baixa participação desses grupos é um fenômeno social. “Seria um engessamento muito forte.”

 

Serra criticou qualquer tentativa de imposição de regras e normas para a informação no país. “No Brasil estão confundindo democratização com censura, estão criando órgãos, que são órgãos censores”, afirmou ele. Porém, ele disse que apesar de defender a regulamentação da participação direta é contra a realização de plebiscito “em questões como pena de morte e aborto”.

 

Edição: João Carlos Rodrigues