Flip termina com resultados positivos mesmo com registro de público menor que o de outros anos

08/08/2010 - 17h53

Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil

Paraty (Rio de Janeiro) – Com um orçamento de R$ 6,3 milhões, a oitava edição da Festa Literária de Paraty (Flip) atraiu mais de 15 mil pessoas para a cidade, segundo balanço apresentado hoje (8), último dia do encontro, pelos organizadores do evento. O número é inferior ao registrado em anos anteriores. Para Mauro Munhoz, diretor presidente da Casa Azul, responsável pela realização da Flip, a justificativa foi a mudança da data do evento.

“Toda vez que a gente tem a Copa do Mundo e faz a Flip em agosto, o público é de idade mais alta e você tem menos estudantes por não ser férias. Mas o resultado foi muito bom”, disse Munhoz. Nos cinco dias de evento, foram desenvolvidas mais de 200 atividades, entre debates, shows, oficinas e palestras. Mais de 140 autores participaram do encontro, sendo 21 escritores de outros países. A estimativa inicial era de que representantes de 14 nações estivessem presentes na Flip.

A avaliação dos organizadores foi de um resultado positivo em todos os sentidos, com registro, inclusive, do crescimento da participação de crianças e jovens, que contaram com atividades específicas, também voltadas para a literatura, em espaços direcionados para esses públicos, como a Flipinha e a Flipzona.

A maior preocupação dos responsáveis pela Flip, neste ano, talvez tenha sido a repercussão em torno da escolha do homenageado que, pela primeira vez, foi alguém de fora do universo da literatura de ficção, o sociólogo Gilberto Freyre. Segundo o diretor de Programação da Flip, Flávio Moura, o temor inicial de que se criasse o que ele descreveu como “clima de debates árido” foi superado e a “sensação, agora, é que o resultado foi incrível”. Além disso, segundo Moura, a reação do público impressionou.

“O melhor termômetro é a reação do público. Quando o público não gosta ele sai. E o auditório estava lotado em absolutamente todas as discussões sobre Gilberto Freyre e com reação calorosa do público, com debates quentes, o que só confirma a ideia de que Freyre era um homenageado que permitia que se falasse sobre assuntos mais amplos, que permitia jogar a discussão para terrenos de interesse muito geral”, avaliou.

Edição: Lana Cristina