Ministro defende cooperação entre países para combater crime organizado

18/06/2010 - 20h49

Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A melhor maneira de agir no combate ao crime organizado é com cooperação entre os países, afirmou hoje (18) o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, após participar, no Paraguai, de reunião entre ministros da Justiça e do Interior de países do Mercosul e convidados.  

O evento, que reuniu em Assunção (capital paraguaia) representantes da Argentina, do Paraguai, do Uruguai, do Equador, da Colômbia, do Chile, da Venezuela, do Peru e da Bolívia, discutiu medidas para reprimir e combater o crime organizado transnacional.

Os ministros avaliaram inclusive a possibilidade de implantação em seus países de um sistema semelhante ao modelo do mandado europeu de captura, que deve acelerar os processos de extradição. Os procedimentos europeus levam, em média, de 13 a 90 dias para tramitação completa. No Brasil, porém, o processo pode demorar até três anos.

“Assim como existe o mandado de captura europeu, nós vamos tentar implantar o mandado de captura do Mercosul, que deve substituir as extradições feitas entre os países. Os processos hoje são muito lentos e muito localizados”, disse o ministro, por telefone, à Agência Brasil.

Segundo Barreto, o bloco também deverá implementar ações de combate ao tráfico de armas de fogo e de drogas. “O Brasil estabeleceu, junto com os demais países do bloco, um controle regional de armas de fogo, que é uma maneira de controlar fluxo dessas armas.”

Além dessas medidas, um grupo de estudos de segurança pública deverá ser criado para avaliar ações conjuntas entre os países. “Eu acho que é a melhor maneira de cooperar na área de operações de combate ao tráfico de armas, de drogas e de pessoas”, afirmou Barreto.

Durante o encontro, o ministro apresentou as ações do Projeto de Policiamento Especializado na Fronteira (Pefron), criado no ano passado para ajudar no controle aos crimes de tráfico de drogas e de armas, roubo de cargas e de veículos nas fronteiras do Brasil. “Falei do Pefron aos ministros. Expliquei como funcionam os mecanismos de controle das fronteiras”, informou Barreto.

A Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça aplicará R$ 90 milhões neste ano em ações do Pefron. De acordo com o Ministério da Justiça, o plano prevê ainda a instalação de 11 bases fixas nas fronteiras, que servirão de apoio ao trabalho das polícias estaduais.

Edição: Nádia Franco