Mais de 2.200 obras de Oiticica foram salvas e cerca de 70% podem ser recuperados

30/10/2009 - 0h48

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Depois do susto inicial, quando chegou a se supor que cerca de 90% da obra do artista plástico Hélio Oiticica tinham sido consumidos pelo fogo ou danificados pela água, o Ministério da Cultura comemora o êxito do programa de restauração do acervo conduzido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).Em entrevista à Agência Brasil o secretário executivo do ministério, Alfredo Manevy, informou que até agora pelo menos 2.200 obras do artista plástico já foram salvas.“O trabalho que foi feito nas últimas duas semanas levou a que a gente atingisse um patamar importante no número de trabalhos salvos. Seguramente já passa de 50% o total recuperado com 100% de êxito, mas este grau de recuperação pode chegar a 70%".Manevy destacou que a notícia é muito importante, "porque Oiticica é realmente um dos artistas plásticos mais relevantes da arte brasileira, tanto que é reconhecido e está presente nos maiores museus do mundo”.Ele ressaltou que o relatório definitivo estará concluído na próxima semana, mas que “técnicos do Ibram estimam que aproximadamente 70% do trabalho do artista podem ser salvos". Segundo Manevy, este é um número que precisa ainda ser confirmado até a semana que vem. "Isso significará de fato algo muito importante do ponto de vista do conjunto da obra”, disse o secretário.Alfredo Manevy informou que entre as diversas vertentes do trabalho de Oiticica, os filmes e parangolés foram os mais atingidos. “No caso dos parangolés, embora bastante atingidos, pela sua própria característica - que tem uma interação grande com desenhos - há cópias no Brasil e no mundo. Portanto, a gente pode refazer a obra e permitir que, sem o original, tenhamos cópias que traduzam o mesmo significado das obras verdadeiras. É uma maneira de permitir que futuras gerações tenham acesso aos parangolés a partir dos desenhos feitos sobre a obra de Oiticica”.Ele ressaltou que o acervo de Metaesquemas, Grupo Frente e Juvenílias; além de quatro Bólides foram recuperados e outros poderão ainda ser restaurados. Igual sorte os familiares e os apreciadores da arte não tiveram em relação às mais de 40 pinturas – que estão todas praticamente perdidas, admitiu à Agência Brasil. .“O Ministério da Cultura, por meio do Ibram, está trabalhando dia e noite para salvar o máximo da obra. Agora vamos começar um trabalho de restauração e a gente quer fazê-lo de maneira bem completa, para que, em 2010 venha a se fazer um ano de circulação de parte desse conjunto da obra de Oiticica”.