Empresários fluminenses apoiam redução de IPI, mas querem mudanças estruturais profundas

29/06/2009 - 21h20

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A prorrogação da redução na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em alguns setores da economia, anunciada hoje (29) pelo governo, agradou a empresários ligados à Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Em nota, a entidade apoiou as medidas, consideradas “muito bem-vindas”, e afirmou que elas “favorecem a recuperação do investimento privado”.No entanto, ações de caráter temporário devem ser seguidas por mudanças estruturais permanentes e profundas, que removam os gargalos ao investimento no país, ressaltou o chefe da Divisão de Estudos Econômicos da Firjan, Patrick Carvalho. “Apoiamos todo tipo de medida que vá na direção da redução da carga tributária, mas uma ação mais sistêmica facilitaria todo o processo, com as reformas estruturais de que o Brasil precisa, como a trabalhista, a previdenciária, a fiscal e a política”, afirmou o economista.Para ele, ao reduzir a carga tributária, o governo não sai perdendo, pois a economia se encarrega de gerar riquezas em novas transações comerciais: “Em uma visão de longo prazo, de futuro, acredito que o Estado tem muito a ganhar, porque o Brasil tende a melhorar a competitividade e a produção, elevando o número de trabalhadores e toda a arrecadação tributária.”Segundo o economista, reduções pontuais do IPI, como as que vêm sendo feitas pelo governo, têm caráter didático, ao mostrar os efeitos positivos que uma diminuição na carga tributária, em maior escala, pode produzir no país.“Reduções pontuais tributárias já indicam a necessidade que há no Brasil de menor carga tributária e [mostram] como isso acaba impactando a competitividade e a produção das empresas. Uma visão permanente de longo prazo é essencial para todo modelo de desenvolvimento, e o país não pode escapar disso”, ressaltou.