Destruição de campo de produção de sementes prejudicará cacaueiros de Rondônia

29/06/2009 - 21h19

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ospequenos produtores de cacau de Rondônia serãoprejudicados, este ano, pela destruição de um campo deprodução de sementes híbridas na EstaçãoExperimental de Ouro Preto do Oeste (Estex-OP), da ComissãoExecutiva do Plano da Lavoura Cacaureira (Ceplac), vinculada aoMinistério da Agricultura. Segundo o diretor técnico doórgão em Brasília, Manfred Muller, a produçãode sementes, prevista para 1,5 milhão de unidades em 2009, nãodeve chegar a 700 mil.Adiferença de 3 milhões de sementes utilizadasanualmente pelos pequenos produtores de cacau de Rondôniaaumentará porque, há duas semanas, cerca de 200 pessoasinvadiram a Extex-OP e cortaram, durante a madrugada, por alguns dias, aproximadamente 80% de um campo de 12 hectares de produção desementes. Desde o dia 23 de junho, quando foideterminada a reintegração oficial de posse, a PolíciaFederal garante a segurança da estação einvestiga a responsabilidade do ato criminoso. “Alémdo prejuízo ambiental, porque se trata de árvoresnativas da Amazônia, não só o cacau, mas também o mogno e o cedro sombreando o cacau, o maior prejuízo é otécnicocientífico. As árvores que foramcortadas são cacaueiros selecionados como matrizes, plantadashá mais de 30 anos, para  a produção de sementesmelhoradas de cacau, com as características de produtividade eresistência à doenças para a Amazônia”, afirmouMuller.Para o diretor da Ceplac, sem computar o investimento técnicocientífico,cada hectare de plantação de cacau custa até R$25 mil. Além disso, cada área plantada demora cerca de sete anos para começar aproduzir. As sementes que deixarão de ser doadaspor causa da plantação destruída, diminuindo a oferta, custarão mais de R$ 100 mil para seremadquiridas no mercado.Aalternativa seria de compensar a perda com sementes produzidas na Bahia,mas não há comprovação de que elas tenhama mesma produtividade e resistência ao ambiente da Amazônia.A Polícia Federal está levantando os nomes dos suspeitos deinvadir a Estex-OP e destruir a sementeira de cacau. As investigações não têm prazo de conclusão.