Marina Silva pede apoio político e financeiro ao secretário-geral da ONU

13/11/2007 - 21h16

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Avisita do secretário-geral da Organização dasNações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, ao estado do Pará esteve focada na apresentaçãodas experiências brasileiras de desenvolvimento sustentávelpara a diminuição do desmatamento na Amazônia. Apartir do trabalho que vem sendo feito, a ministra do Meio Ambiente,Marina Silva, pediu apoio político ao secretário paraque os países que investem na preservaçãoambiental recebam ajuda financeira internacional.“Pedimosque nos ajude para que, além das regras que sãoestabelecidas, sejam criados mecanismos de incentivos comtransferência de tecnologia e recursos para que possamosaumentar investimentos em pesquisa e juntar o melhor da tradiçãocom o melhor da modernidade para podermos não repetir naAmazônia o que já aconteceu em outras regiões domundo”, afirmou a ministra.OBrasil defende o empenho de todos os países para a reduçãodo desmatamento. A proposta brasileira é de que seja criado umfundo financiado voluntariamente por países ricos parabeneficiar os países em desenvolvimento que reduzirem osíndices de desmatamento e de emissão de gáscarbônico (CO2). A proposta já havia sido apresentada noano passado, na Conferência das Partes da Convençãosobre Mudanças Climáticas (COP-12), em Nairóbi,no Quênia.Estafoi a primeira vez que o secretário visitou o Brasil desde queassumiu o cargo, em janeiro. Chegou no último domingo,conheceu a usina de produção de etanol em SãoPaulo e ontem (12), em Brasília, se encontrou com o presidenteLula. A viagem terminou hoje (13) com a visita a comunidades tradicionaisparaenses.A governadora do Pará, Ana JuliaCarepa, em entrevista à Agência Brasil, afirmou que o país conseguiu mostrar ao secretário-geral da ONU que há “genteconsciente” no Brasil. “Derrubar afloresta dá mais dinheiro, mas nós temos a consciênciado uso sustentável da floresta. E é essa mensagem que agente quis passar pra ele”.AnaJulia Carepa contou que o secretário não se manifestousobre o pedido brasileiro, mas se disse “impressionado com osrepresentantes das comunidades, com a paixão e o compromissobrasileiro. Ele não colocou uma posição clara,nem poderia se posicionar contra ou a favor, mas vai levar essamensagem”.Navisão da governadora, “o mundo cobra da Amazônia e dospovos brasileiros a preservação da floresta, coisa queeles não fizeram. Mas é necessário que o mundotambém ajude por meio de um fundo internacional. Não ébarato manter a floresta”, ressaltou.Aministra Marina Silva lembrou que o Brasil conseguiu diminuir odesmatamento da Amazônia em 50% nos últimos dois anos eque o desafio do governo brasileiro é continuar a diminuiçãopor meio da promoção e do incentivo à mudança nomodelo de desenvolvimento.MarinaSilva pediu também que o secretário ajude a viabilizara partilha justa pelo uso dos componentes da biodiversidade e dosconhecimentos tradicionais. De acordo com a ministra, muitos paísesutilizam esses recursos e o Brasil e demais países possuidoresdessa diversidade não recebem benefício econômico,nem social por isso.