Dutra nega "barganha política" ao assumir presidência da Petrobras Distribuidora

24/09/2007 - 22h03

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O novo presidente da Petrobras Distribuidora (BR), José Eduardo Dutra, admitiu hoje (24), após a solenidade de posse, a existência de indicações políticas na escolha dos nomes para diretorias da estatal. Negou, no entanto, que esse seja o único critério: "Todos os presidentes e diretores da Petrobras são escolhidos com o respaldo do governo que está no poder – e os governos têm o apoio dos partidos políticos. Este é um governo de coalizão e não vejo problema em que estes partidos estejam representados na máquina do governo". O questionamento a ser feito, acrescentou, é se o nome do indicado é competente ou não para o cargo: “É claro que a minha escolha para a presidência da BR não é umprêmio de consolação [por ter deixado a presidência da Petrobras hádois anos para concorrer a uma vaga para o Senado pelo estado deSergipe]. O que tem de ser analisado é se o meu nome éadequado ou não. Se ele tem o perfil adequado ou não para presidir aBR. E eu acho que a minha passagem pela presidência da Petrobrasresponde a este questionamento.”À solenidade de posse compareceram políticos como o governador de Sergipe, Marcelo Déda, e os diretores da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima, e do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), João Carlos Franca de Lucas.Depois de empossado pelo presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, Dutra também rechaçou a possibilidade de as nomeações para a Petrobras serem uma forma de barganha política pela aprovação da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). “Não acho que tenha havido troca de votos para aprovar o que quer que seja. A Petrobras é uma empresa estatal e a escolha de seus dirigentes será sempre objeto de ações por parte dos partidos políticos. Mas não concordo com o termo barganha, até porque o conceito de indicação política ainda precisa ser mais bem definido. O que está acontecendo agora também aconteceu em 2003, quando foi questionada a minha competência para o cargo de presidente da Petrobras e o do atual presidente para a Diretoria Financeira”, disse. Dutra disse ainda que o nome do novo diretor financeiro, cargo que acumulará com o de presidente da BR, será escolhido em breve: “Não aceitaria para o cargo de diretor financeiro uma pessoa sem experiência técnica, mesmo que indicado pelos partidos da coalizão. Isto não vai acontecer”. José Eduardo Dutra substituirá Maria das Graças Foster, que hoje foi empossada como diretora de Gás e Energia da estatal, em substituição a Ildo Sauer.