Protocolo de Quioto é insuficiente para impedir aquecimento global, diz presidente do Pnuma

02/02/2007 - 13h57

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Protocolo de Quioto não é suficiente para conter o aquecimento global. Essa é a avaliação do presidente do Instituto Brasil Pnuma, do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Haroldo Mattos de Lemos.“Os cientistas sabem que essa redução (na emissão de gases) que foi pedida pelo protocolo de Quioto é totalmente insuficiente. Vamos precisar aumentar, e muito, o corte das emissões dos gases de efeito estufa se não quisermos passar por problemas bastante sérios no futuro próximo”, disse.O Protocolo é um acordo internacional que foi assinado em 1997 e entrouem vigor em 2005. Ele limita a emissão de gases responsáveis peloaquecimento global pelos países desenvolvidos. A redução deve ser feitaem cotas diferenciadas até 2012. Os Estados Unidos, país que mais emite dióxido de carbono, não assinou o acordo. “Mas hoje eles estão começando a mudar sua posição porque estão reconhecendo que os efeitos do aquecimento global são graves”, disse Haroldo Lemos.Ele explicou que o Brasil tem feito o seu papel porque usa uma matriz energética limpa e combustível renovável, que é o álcool. Mas ainda sofre grandes desmatamentos, o que contribui para o aumento do aquecimento global.”Seria uma coisa relativamente simples o Brasil reduzir ainda mais a questão do desmatamento e, com algumas providências a mais, estaria contribuindo, e muito, para evitar esse problema. Se outros países fizessem a mesma coisa, teríamos um efeito menor”, ressaltou.Hoje, orelatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, eminglês) foi divulgado em Paris informando que a Terra vai se tornar mais quente até o ano de 2100, o que significaaumento do nível do mar e catástrofes naturais mais intensas. “Aemissão de gases de efeito estufa nas taxas atuais ou maiores têm 90%de chance de causar aquecimento global e alterações climáticas duranteo século 21 maiores do que aquelas observadas no século 20”, diz o texto.