Resultados de experiências realizadas por astronauta chegam a escolas em São Paulo

12/04/2006 - 21h32

Patrícia Landim
Da Agência Brasil

Brasília - A Secretaria Municipal de Educação de São José dos Campos (SP) e o Centro Universitário da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) de São Paulo receberam hoje (12) as experiências realizados pelo astronauta Marcos César Pontes na Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês).

Os estudos nas escolas do município paulista englobaram material biológico (sementes) e cromatografia. Este último se refere a experimentos com clorofila em folhas de couve, mas ainda não foi enviado o cartão de memória com todas as fotos. Cerca de 16 mil alunos, no decorrer de toda a viagem de Pontes, repetiam na escola o que ele fazia no espaço. "Foram usadas sementes de feijão preto para levar um pouquinho do Brasil para lá", comentou a aluna Anna Elisa Borges, da 7ª série.

Na tarde de hoje, foram analisadas as sementes que os próprios alunos deixaram germinar, para depois plantarem as levadas para germinação no espaço e fazerem a comparação. A experiência da clorofila, segundo o professor de geografia Márcio Catalani, coordenador dos experimentos da Missão Centenário pela Secretaria Municipal de Educação, foi feita pela primeira vez em um ambiente de microgravidade. Já a germinação de sementes aconteceu outras vezes: dessa vez, apenas confirmou que é possível a produção de alimentos naquele ambiente.

"Colocar o aluno em contato com a tecnologia espacial e incentivar pesquisadores foi mais do que um objetivo científico. Nunca se percebeu uma euforia tão grande em relação a pesquisas sobre determinado assunto como esse nas nossas escolas, então esse é o nosso maior ganho", enfatizou o professor.

O Centro Universitário da FEI também recebeu hoje o projeto MEK, sobre reações enzimáticas em ambiente de microgravidade. A experiência, de acordo com o professor Alessandro La Neve, da faculdade, foi feita em três tipos de enzimas, cada um deles colocado em cinco concentrações com reagentes, totalizando 15 experimentos.

"A expectativa é que se possa no futuro implementar biorreatores enzimáticos bem mais eficientes e econômicos. Eles são muito utilizados na indústria alimentícia, de química fina, farmacêutica, de cosméticos, entre outras", disse La Neve. Ele acrescentou que "será um passo muito importante para a ciência a identificação dos fatores que conseguem influenciar a reação enzimática".