Gabinete de Segurança Institucional nega monitoramento denunciado por deputado

01/11/2005 - 21h01

Ana Paula Marra, Nelson Motta e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - O Gabinente de Segurança Institucional (GSI) negou, por meio de sua Assessoria de Imprensa, que agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estejam investigando a vida do deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). Segundo a Assessoria do GSI, que reponde pelas atividades da Abin, "essa prática de peseguição é ilegal e contraria a atividade de inteligência do estado".

Em discurso no plenário da Câmara, o deputado afirmou hoje (1) que ele e outros parlamentares da oposição, que participam mais ativamente das investigações das denúncias de corrupção, estariam sendo monitorados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). "Obtive informações concretas de que não apenas eu, mas toda a minha família estaria sendo monitorada, via telefone, de forma ilegal e clandestina", disse. E acrescentou: "Não vou me intimidar, não vou baixar a cabeça, não tenho medo nem do PT, nem do governo do presidente Lula e muito menos da Abin".

Ele informou que a oposição reagirá "com veemência" contra qualquer tipo de agressão ou ameaça feita com o objetivo de intimidar o trabalho de investigação das denúncias de corrupção.
E se referiu ao discurso de ontem (31/10) do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM): "Vossa Excelência não dará uma surra sozinho, não. Terá um aliado, porque não tenho medo, vou até o fim nas investigações". Também afirmou que são "consistentes" as informações de que dispõe sobre o monitoramento. E que estará pronto a mostrá-las no momento adequado.

O líder do PT, deputado Henrique Fontana (RS), rebateu: "Tenho que dizer ao deputado ACM Neto e ao senador Arthur Virgílio que o campeonato de boxe não é aqui na Câmara e nem no Senado, e muito menos no ambiente das relações entre Legislativo e Executivo". Afirmou ainda que "eles têm que ter mais respeito com o presidente da República, debater suas idéias e colocar suas posições de forma civilizada".

Sobre uma possível participação da Abin no monitoramento denunciado por ACM Neto, Fontana disse não ter provas que indiquem qualquer interferência do governo "utilizando estrutura pública para perseguir adversário político".