Pesquisa com célula-tronco para tratamento cardíaco deve receber R$ 13 mi do Ministério da Saúde

05/07/2005 - 15h47

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O estudo sobre a eficácia das células-tronco no tratamento de doenças graves do coração, orçado em R$ 13 milhões e totalmente financiado pelo Ministério da Saúde, dividiu 1.200 pacientes em quatro grupos. Os grupos foram subdivididos em um grupo de controle, que receberá placebo (solução inócua, sem efeito) e outro de teste, que receberá as células-tronco. Após esses testes, os grupos serão comparados e, caso seja comprovada a eficácia da terapia, o novo tratamento poderá ser imediatamente disponibilizado no Sistema Único de Saúde (SUS).

"Se for comprovada a eficácia que nós observamos nos estudos preliminares, ao final de três anos elas poderão ser realmente aplicadas inclusive no Sistema Único de Saúde (SUS) gratuitamente para todos os brasileiros, o que vai inclusive reduzir muito o que nós gastamos com internações, transplantes e medicamentos no SUS", afirma o ministro da Saúde, Humberto Costa.

O Ministério da Saúde estima que o SUS poderá economizar até R$ 500 milhões por ano com transplantes, internações, cirurgias e reinternações de pacientes com doenças no coração. Segundo o ministério, o ganho mais importante será para os pacientes, que terão melhor qualidade de vida, poderão diminuir o uso de medicamentos e retornar menos ao hospital. Se a pesquisa for bem-sucedida, será possível salvar 200 mil vidas em três anos e reduzir o custo do tratamento desses pacientes para aproximadamente R$ 37 milhões por mês.

O novo tratamento para doenças do coração é a última etapa do maior estudo com células-tronco adultas para o tratamento de doenças graves do coração já realizado no mundo. Os primeiros testes tiveram início no dia 10 de junho, no Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. A partir desta terça-feira (5), dois pacientes paranaenses farão o procedimento. No total, o estudo vai envolver 33 instituições em nove estados e no Distrito Federal.