Guarani Kaiowá https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/128250/all pt-br Fórum mundial debaterá a exclusão indígena no Brasil https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-12-05/forum-mundial-debatera-exclusao-indigena-no-brasil <p><img alt="" src="http://agenciabrasil.ebc.com.br/ckfinder/userfiles/images/Banners e selos/Forum-Mundial-de-Direitos-Humanos-banner.png" style="width: 730px; height: 150px;" /></p> <p> Mariana Tokarnia<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia - &Iacute;ndio n&atilde;o tem direitos. &Iacute;ndio &eacute; pregui&ccedil;oso, n&atilde;o &eacute; nem gente. Esses pensamentos permearam o Brasil at&eacute; bem pouco tempo. A declara&ccedil;&atilde;o &eacute; do mestre em antropologia social, Tonico Benites, ind&iacute;gena da etnia Guarani-Kaiow&aacute;. Segundo ele, apenas em 1988, com a nova Constitui&ccedil;&atilde;o Federal &eacute; que os ind&iacute;genas passam a ser considerados cidad&atilde;os. Os mais de 400 anos de exclus&atilde;o impactam a vida dessa popula&ccedil;&atilde;o at&eacute; os dias de hoje.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/27/gallery_assist722167/prev/ABr040613_ANT2704.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 5px; float: right;" />Benites ser&aacute; um dos palestrantes do F&oacute;rum Mundial de Direitos Humanos, que acontecer&aacute; em Bras&iacute;lia de 10 a 13 de dezembro. Ele participar&aacute; dos debates sobre o hist&oacute;rico do reconhecimento dos ind&iacute;genas como detentores de direitos.</p> <p> O Censo de 2010 mostra que quase 0,5% da popula&ccedil;&atilde;o brasileira &eacute; ind&iacute;gena. S&atilde;o 896,9 mil de 305 etnias. Eles s&atilde;o respons&aacute;veis por 274 idiomas falados em territ&oacute;rio nacional, al&eacute;m do portugu&ecirc;s.</p> <p> &quot;[Os ind&iacute;genas] n&atilde;o vivem com qualidade, lutam para sobreviver. Lutam para ter comida, algo b&aacute;sico&quot;, diz o antrop&oacute;logo. A maior parte da popula&ccedil;&atilde;o ind&iacute;gena n&atilde;o tem acesso &agrave; sa&uacute;de ou a educa&ccedil;&atilde;o de qualidade. Segundo dados do Portal Brasil, s&atilde;o 105,7 mil alunos ind&iacute;genas matriculados em turmas do primeiro ao quinto ano, o que representa 51,7% dos que estudam e menos de um oitavo do total da popula&ccedil;&atilde;o. S&atilde;o 4 mil ind&iacute;genas em cursos de licenciatura intercultural em 20 institui&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas, o que corresponde a 0,44% dessa popula&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Um dos grandes problemas enfrentados pelos ind&iacute;genas &eacute; a demarca&ccedil;&atilde;o de terras. Tamb&eacute;m de acordo com o Censo, foram identificadas 505 terras ind&iacute;genas, que representam 12,5% do territ&oacute;rio brasileiro - 106,7 milh&otilde;es de hectares -, onde residiam 517,4 mil ind&iacute;genas (57,7% do total).</p> <p> &quot;Em dois dias passei por tr&ecirc;s territ&oacute;rios da etnia Guarani Kaiow&aacute;, no Mato Grosso do Sul. Apenas uma dela &eacute; reconhecida e isso n&atilde;o faz diferen&ccedil;a. Nas tr&ecirc;s n&atilde;o havia escola ou assist&ecirc;ncia &agrave; sa&uacute;de&quot;, descreve. &quot;A legisla&ccedil;&atilde;o diz que esses servi&ccedil;os s&atilde;o direitos do cidad&atilde;o. N&atilde;o os encontrei nem mesmo no territ&oacute;rio j&aacute; demarcado&quot;. Os conflitos tamb&eacute;m s&atilde;o muitos, por posse de terra. Em duas das aldeias que visitou, os caciques foram mortos em conflitos.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist709041/prev/AgenciaBrasil301112_MCA3476.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 5px; float: left;" />Para Benites, a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; consequ&ecirc;ncia de uma omiss&atilde;o hist&oacute;rica do Estado e a exclus&atilde;o legal da popula&ccedil;&atilde;o. Um passado que ainda reflete na atualidade. Segundo ele, &eacute; preciso sanar necessidades imediatas, por exemplo, a alimenta&ccedil;&atilde;o. Concomitantemente, se deve sanar quest&otilde;es que dar&atilde;o seguran&ccedil;a a longo prazo, principalmente o direito a terra. Deve haver tamb&eacute;m uma pol&iacute;tica de repara&ccedil;&atilde;o, defendeu.</p> <p> &quot;A repara&ccedil;&atilde;o deve acontecer. Ao longo da hist&oacute;ria, os ind&iacute;genas foram expulsos das terras e tratados como n&atilde;o humanos&quot;, ressaltou o antrop&oacute;logo.</p> <p> Tonico Benites tamb&eacute;m comentou a a&ccedil;&atilde;o, em 2012, que envolveu as redes sociais. Usu&aacute;rios trocaram os sobrenomes nos perfis virtuais por &quot;Guarani Kaiow&aacute;&quot;. A a&ccedil;&atilde;o foi feita para prestar apoio aos ind&iacute;genas durante per&iacute;odo de conflitos. &quot;Pelas redes socais, [os ind&iacute;genas] puderam passar informa&ccedil;&otilde;es mais diretas, que muitos brasileiros n&atilde;o conheciam. Conseguiram chamar a aten&ccedil;&atilde;o de jornalistas e de pol&iacute;ticos&quot;.</p> <p> O debate Reconhecimento e Direitos Humanos acontece no dia 11, a partir das 10h, e conta com a participa&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m do escritor e ativista paquistan&ecirc;s Tariq Ali e da jurista brasileira Ela Wiecko Volkmer de Castilho.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Marcos Chagas</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave;&nbsp;</em><strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong><br /> &nbsp;</p> Agência Brasil Censo 2010 Cidadania conflitos direito à terra estudantes indígenas exclusão social Fórum Mundial de Direitos Humanos Guarani Kaiowá indígenas qualidade de vida Thu, 05 Dec 2013 12:27:06 +0000 mchagas 735828 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Fórum Direitos e Cidadania na Visão de Crianças e Adolescentes Guarani Kaiowá https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//galeria/2013-10-22/forum-direitos-e-cidadania-na-visao-de-criancas-e-adolescentes-guarani-kaiowa adolescente criança Guarani Kaiowá indio Nacional Tue, 22 Oct 2013 14:13:17 +0000 wladimir 733402 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Índio é baleado durante protesto em Mato Grosso do Sul https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-09-19/indio-e-baleado-durante-protesto-em-mato-grosso-do-sul <p>Luciano Nascimento<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p>Bras&iacute;lia &ndash; O &iacute;ndio terena Abr&atilde;o Ferreira, 50 anos, foi baleado na manh&atilde; de hoje (19), durante protesto em defesa da sa&uacute;de ind&iacute;gena. Segundo a pol&iacute;cia, os cerca de 80 manifestantes bloquearam a Rodovia BR-262, no munic&iacute;pio de Miranda (MS). O l&iacute;der ind&iacute;gena Paulino Terena disse &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil </strong>que o suspeito &eacute; um fazendeiro conhecido na regi&atilde;o.</p> <p>De acordo com o terena, o produtor rural estava em uma caminhonete quando abordou os manifestantes e disparou tr&ecirc;s vezes contra Abr&atilde;o. Um dos disparos atingiu a perna do &iacute;ndio. &quot;Ele chegou sem falar nada, tentou atravessar o bloqueio e disparou os tiros. Abr&atilde;o foi levado para o hospital e passa bem&quot;, explicou o terena que participa do bloqueio. O suspeito fugiu na caminhonete.</p> <p>De acordo com a Pol&iacute;cia Rodovi&aacute;ria Federal, a interdi&ccedil;&atilde;o&nbsp;ocorre nas duas faixas e provoca engarrafamento de mais de 2 quil&ocirc;metros nos dois sentidos. A pol&iacute;cia orienta os motoristas para que evitem o trecho da rodovia que liga Vit&oacute;ria (ES) a Corumb&aacute; (MS), na fronteira com a Bol&iacute;via. Apenas ambul&acirc;ncias, ve&iacute;culos com crian&ccedil;as e mulheres gr&aacute;vidas passam pelo bloqueio.</p> <p>O protesto &eacute; em apoio &agrave; ocupa&ccedil;&atilde;o do pr&eacute;dio do Distrito Sanit&aacute;rio Especial Ind&iacute;gena de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, iniciada ontem (18), por 30 lideran&ccedil;as ind&iacute;genas das etnias Guarani-Kaiow&aacute;, Guat&oacute;, Kadiw&eacute;u e Terena. Eles reivindicam a sa&iacute;da do coordenador, Nelson Ozalar.</p> <p>Os &iacute;ndios divulgaram uma carta em que afirmam o car&aacute;ter pac&iacute;fico da ocupa&ccedil;&atilde;o e denunciam a falta de estrutura de 80 postos de sa&uacute;de espalhados pelas aldeias. &quot;As constru&ccedil;&otilde;es est&atilde;o depredadas, prec&aacute;rias, sem banheiros, ventila&ccedil;&atilde;o, ilumina&ccedil;&atilde;o. N&atilde;o h&aacute; insumos e equipamentos b&aacute;sicos para as equipes de atendimento&quot;, diz o documento.</p> <p>O presidente do Conselho Distrital de Sa&uacute;de Ind&iacute;gena de Mato Grosso do Sul, Fernando Souza, disse que os &iacute;ndios decidiram manter a ocupa&ccedil;&atilde;o e o bloqueio da rodovia at&eacute; receber uma resposta do secret&aacute;rio Especial de Sa&uacute;de Ind&iacute;gena, Ant&ocirc;nio Alves de Sousa. &quot;Queremos o afastamento do coordenador para, a partir da&iacute;, poder rever a pol&iacute;tica de sa&uacute;de ind&iacute;gena&quot;, disse.</p> <p>A <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> tentou contato com a Secretaria Especial de Sa&uacute;de Ind&iacute;gena, em Bras&iacute;lia, mas at&eacute; o fechamento da reportagem n&atilde;o obteve retorno. A secretaria &eacute; vinculada ao Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de e, desde 2010, cuida diretamente da aten&ccedil;&atilde;o &agrave; sa&uacute;de dos ind&iacute;genas.</p> <p>&nbsp;</p> <p><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Beto Coura<br /> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> Distrito Sanitário Especial Indígena de Mato Grosso do Sul Guarani Kaiowá Guató kadiwéu Nacional Paulino Terena Protesto na BR-262 saúde indígena Secretaria Especial de Saúde Indígena Terena Terena Abrão Ferreira Thu, 19 Sep 2013 18:00:50 +0000 alberto.coura 731065 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Juíza concede reintegração de posse para fazendeiro que matou adolescente indígena https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-04-12/juiza-concede-reintegracao-de-posse-para-fazendeiro-que-matou-adolescente-indigena <p> Luciano Nascimento<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; A Justi&ccedil;a Federal concedeu liminar de reintegra&ccedil;&atilde;o de posse da Fazenda Santa Helena, de propriedade do fazendeiro Orlandino Gon&ccedil;alvez Carneiro, autor confesso da <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-02-20/fazendeiro-admite-ter-atirado-no-adolescente-indigena-morto-no-domingo-em-mato-grosso-do-sul" target="_blank">morte do adolescente ind&iacute;gena guarani kaiow&aacute; Denilson Barbosa </a>(15), morto no dia 16 de fevereiro dentro da propriedade que faz divisa com a Aldeia Tey&rsquo;iku&ecirc;, no munic&iacute;pio de Caarap&oacute;, em Mato Grosso do Sul.</p> <p> Ap&oacute;s o assassinato, cerca de 300 ind&iacute;genas enterraram o corpo de Denilson no local e passaram a ocupar a Fazenda Santa Helena. Eles a reivindicam como parte do seu antigo territ&oacute;rio tradicional Pindo Roky.</p> <p> A ju&iacute;za da 1&ordf; Vara Federal de Dourados, Raquel Domingues do Amaral, argumenta em sua decis&atilde;o, proferida na quinta-feira (11), que n&atilde;o levou em considera&ccedil;&atilde;o o conceito de terra tradicionalmente ocupada, &ldquo;uma vez que ainda n&atilde;o foi noticiada a conclus&atilde;o definitiva pelo Poder Executivo de qualquer demarca&ccedil;&atilde;o na &aacute;rea de objeto de lit&iacute;gio&rdquo;.</p> <p> A liminar estabelece um prazo de dez dias para os ind&iacute;genas deixem o local. Caso contr&aacute;rio, a comunidade da Aldeia Tey&#39;iku&ecirc; dever&aacute; pagar uma multa de R$ 10 mil di&aacute;rios. A Funda&ccedil;&atilde;o Nacional do &Iacute;ndio (Funai) tamb&eacute;m foi inclu&iacute;da na decis&atilde;o, devendo pagar R$ 100 mil di&aacute;rios, caso os &iacute;ndios permane&ccedil;am na fazenda.</p> <p> Na decis&atilde;o, a ju&iacute;za exige que a Funai &ldquo;proceda &agrave; exuma&ccedil;&atilde;o e traslado do corpo do jovem ind&iacute;gena sepultado na fazenda&rdquo;, enterrando o corpo de Denilson no cemit&eacute;rio de Tey&rsquo;ikue, &ldquo;segundo as regras sanit&aacute;rias vigentes&rdquo;.</p> <p> O coordenador substituto do escrit&oacute;rio da Funai em Dourados, Vander Aparecido Nishijima, disse que o &oacute;rg&atilde;o vai entrar com um agravo de instrumento contra a liminar da ju&iacute;za, &ldquo;para assegurar a perman&ecirc;ncia da comunidade na &aacute;rea&rdquo;.&nbsp;</p> <p> Nishijima informou sobre a exist&ecirc;ncia de um grupo de trabalho, chamado Dourados-Amambaipegu&aacute;, para realizar os estudos relativos &agrave; identifica&ccedil;&atilde;o e delimita&ccedil;&atilde;o de terras ind&iacute;genas em sete cidades do estado: Dourados, F&aacute;tima do Sul, Amamba&iacute;, Juti, Vicentina, Navira&iacute; e Laguna Carap&atilde;.<br /> &nbsp;<br /> Os &iacute;ndios decidiram que n&atilde;o v&atilde;o sair da fazenda e que v&atilde;o recorrer da decis&atilde;o da ju&iacute;za. &ldquo;N&oacute;s n&atilde;o vamos sair daqui. N&atilde;o &eacute; s&oacute; a quest&atilde;o do assassinato, a decis&atilde;o da comunidade &eacute; retomar a terra dos nossos antepassados&rdquo;,&nbsp; disse &agrave;<strong> Ag&ecirc;ncia Brasil,</strong> a lideran&ccedil;a Pindo Roky, Al&eacute;ssio Martins. &quot;O que foi estipulado pela ju&iacute;za n&atilde;o &eacute; correto&rdquo;.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> adolescente indígena adolescente indígena morto Aldeia Tey’ikuê Caarapó Cidadania Guarani Kaiowá indígenas mato grosso do sul Pindo Roky. reintegração de posse Sat, 13 Apr 2013 00:20:09 +0000 fabio.massalli 718277 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Fazendeiro que matou adolescente indígena entra com pedido reintegração de posse https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-02-22/fazendeiro-que-matou-adolescente-indigena-entra-com-pedido-reintegracao-de-posse <p> Luciano Nascimento<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; O fazendeiro Orlandino Gon&ccedil;alvez Carneiro, que <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-02-20/fazendeiro-admite-ter-atirado-no-adolescente-indigena-morto-no-domingo-em-mato-grosso-do-sul" target="_blank">confessou ter matado o &iacute;ndio guarani-kaiow&aacute; de 15 anos Denilson Barbosa</a>, da aldeia Tey ikue, em Caarap&oacute; (MS), entrou com pedido de reintegra&ccedil;&atilde;o de posse contra os ind&iacute;genas. Desde segunda-feira (18), cerca de 300 ind&iacute;genas ocupam a Fazenda Sardinha, onde est&atilde;o construindo barracos. Os &iacute;ndios reivindicam a fazenda como parte do seu antigo territ&oacute;rio tradicional pindoroky.</p> <p> Orlandino ingressou com a a&ccedil;&atilde;o de reintegra&ccedil;&atilde;o de posse na Justi&ccedil;a Estadual de Mato Grosso do Sul. O coordenador substituto do escrit&oacute;rio da Funda&ccedil;&atilde;o Nacional do &Iacute;ndio (Funai) em Dourados, Vander Aparecido Nishijima, informou que o &oacute;rg&atilde;o ainda n&atilde;o foi notificado oficialmente a respeito, como &eacute; praxe ocorrer nessas situa&ccedil;&otilde;es.</p> <p> No in&iacute;cio da tarde desta sexta-feira (22), um grupo de pessoas armadas esteve pr&oacute;ximo &agrave; fazenda e disparou tr&ecirc;s tiros. Os disparos n&atilde;o atingiram ningu&eacute;m. &ldquo;As informa&ccedil;&otilde;es vindas de l&aacute; [da fazenda] &eacute; que um grupo de n&atilde;o &iacute;ndios, formado por 12 pessoas, efetivou os disparos,&rdquo; disse&nbsp; Nishijima &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil.</strong></p> <p> Nishijima negou informa&ccedil;&otilde;es que circularam pela internet de que a Pol&iacute;cia Militar de Mato Grosso do Sul, em conjunto com jagun&ccedil;os, iniciou o despejo for&ccedil;ado dos ind&iacute;genas. A For&ccedil;a Nacional est&aacute; a caminho da &aacute;rea para investigar as den&uacute;ncias. &ldquo;Para garantir a seguran&ccedil;a, fiz contato com a Pol&iacute;cia Federal para verificar o ocorrido,&rdquo; disse.</p> <p> O corpo de Denilson Barbosa, morto com um tiro na cabe&ccedil;a, foi encontrado no &uacute;ltimo domingo (17) em uma estrada que separa a Aldeia Guarani-Kaiow&aacute; Tey ikue&nbsp; de fazendas existentes na cidade de Caarap&oacute;, na regi&atilde;o sudoeste de Mato Grosso do Sul. O adolescente estava acompanhado do irm&atilde;o, de 11 anos, e do cunhado, de 20 anos.</p> <p> Em depoimento prestado &agrave; Pol&iacute;cia Civil, o irm&atilde;o e o cunhado da v&iacute;tima disseram que os tr&ecirc;s sa&iacute;ram para pescar no final da tarde de s&aacute;bado (16) e planejavam ir a um c&oacute;rrego cuja nascente fica no interior da terra ind&iacute;gena que cruza algumas fazendas. Ao entrar na fazenda, separada da aldeia por uma estrada, e se aproximar do criadouro, foram abordados por tr&ecirc;s homens armados. Os &iacute;ndios correram e, durante a fuga, Denilson ficou preso em uma cerca de arame farpado que circunda o criadouro. O fazendeiro, ent&atilde;o, segurou o jovem pela camiseta e o executou com um tiro.</p> <p> As investiga&ccedil;&otilde;es sobre a morte do <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-02-20/delegada-espera-concluir-em-10-dias-inquerito-sobre-morte-de-indio-em-ms" target="_blank">adolescente est&atilde;o sendo conduzidas pela Pol&iacute;cia Civil</a>, mas os ind&iacute;genas reivindicam o deslocamento de compet&ecirc;ncia do caso para a esfera federal.</p> <p> Em nota, a Secretaria de Direitos Humanos da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica (SDH) informou que est&aacute; acompanhado o caso por meio da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos e da Secretaria Nacional de Promo&ccedil;&atilde;o dos Direitos da Crian&ccedil;a e do Adolescente. A nota diz que &ldquo;assim que tomou conhecimento do caso, a SDH fez gest&otilde;es nos seguintes &oacute;rg&atilde;os: Pol&iacute;cia Federal, For&ccedil;a Nacional de Seguran&ccedil;a, Funai, Pol&iacute;cia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul e Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal,&rdquo; com o objetivo &eacute; garantir a seguran&ccedil;a da comunidade e a celeridade das investiga&ccedil;&otilde;es.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> adolescente indígena aldeia Tey ikue Caarapó Cidadania Fazenda Sardinha fazendeiro Funai Guarani Kaiowá mato grosso do sul Nacional reintegração de posse Sat, 23 Feb 2013 00:48:17 +0000 fabio.massalli 714497 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Governo defende criação de fundo federal para indenizar terras nuas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-12-11/governo-defende-criacao-de-fundo-federal-para-indenizar-terras-nuas <p> Mariana Tokarnia<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;nicia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana da Secretaria de Direitos Humanos da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica (CDDPH-SDH) defendeu hoje (11) a aprova&ccedil;&atilde;o de uma medida provis&oacute;ria para a cria&ccedil;&atilde;o de um fundo federal para indeniza&ccedil;&atilde;o das chamadas terras nuas. O fundo deve canalizar recursos para indenizar produtores do estado de Mato Grosso do Sul e viabilizar o assentamento definitivo dos ind&iacute;genas da etnia Guarani Kaiow&aacute;. A ministra-chefe da SDH, Maria do Ros&aacute;rio, garantiu que a proposta ser&aacute; encaminhada aos setores cab&iacute;veis.</p> <p> O pedido foi feito pelo conselheiro e professor de Direito Penal, dr. Eug&ecirc;nio Jos&eacute; Guilherme Arag&atilde;o, que esteve no estado e relatou que a indeniza&ccedil;&atilde;o das terras nuas vai acelerar o processo de demarca&ccedil;&atilde;o. Segundo ele, as indeniza&ccedil;&otilde;es, atualmente repassadas pelo estado, deveriam ser de compet&ecirc;ncia de um fundo federal.</p> <p> A proposta tramita na C&acirc;mara dos Deputados. O valor inicialmente proposto pelo atual senador, ent&atilde;o deputado, Waldemir Moka (PMDB-MS), foi&nbsp;R$ 200 milh&otilde;es. Esse valor teria sido reduzido para R$ 1 milh&atilde;o durante a tramita&ccedil;&atilde;o. Uma emenda tamb&eacute;m em tramita&ccedil;&atilde;o garantiria um total de R$ 100 milh&otilde;es para o fundo federal.</p> <p> Durante a reuni&atilde;o do CDDPH, o dr. Arag&atilde;o afirmou que h&aacute; desencontros e falhas no projeto e que &eacute; necess&aacute;ria uma medida provis&oacute;ria que garanta a quantia necess&aacute;ria para as indeniza&ccedil;&otilde;es e que esclare&ccedil;a a parcela a ser repassada pelo estado e pela Uni&atilde;o. &ldquo;Uma medida provis&oacute;ria colocar&aacute; o debate em outro patamar. Precisamos nos empenhar para mostrar que queremos dar a nossa contribui&ccedil;&atilde;o.&rdquo;</p> <p> O fundo federal foi defendido tamb&eacute;m no final do m&ecirc;s passado, no dia 30 de novembro, em reuni&atilde;o com representantes de 11 &oacute;rg&atilde;os da Uni&atilde;o, na capital sul-mato-grossense, com a presen&ccedil;a de autoridades estaduais e do pr&oacute;prio governador, Andr&eacute; Puccinelli, al&eacute;m de parlamentares e l&iacute;deres ind&iacute;genas e ruralistas.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Denise Griesinger</em></p> Conselho de defesa dos direitos da pessoa humana Guarani Kaiowá ministra Maria do Rosário Nacional Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República Tue, 11 Dec 2012 18:11:52 +0000 deniseg 709875 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Demora da Justiça retarda conclusão de processos demarcatórios, diz presidenta da Funai https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-12-02/demora-da-justica-retarda-conclusao-de-processos-demarcatorios-diz-presidenta-da-funai <p> <img alt="" src="http://agenciabrasil.ebc.com.br/ckfinder/userfiles/images/Reportagens Especiais/LUTA-PELA-TERRA/LUTA-PELA-TERRA.png" style="width: 730px; height: 150px;" />Alex Rodrigues<br /> <em>Enviado Especial</em></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/23/gallery_assist709062/prev/AgenciaBrasil301112_MCA3572.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Douradina (MS) &ndash; Ao participar da tradicional assembleia dos povos Guarani Kaiow&aacute; e Nhandeva, a chamada <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-12-01/tradicional-assembleia-guarani-discute-problemas-indigenas-em-mato-grosso-do-sul">Aty Guasu</a>, na qual ouviu dos &iacute;ndios cr&iacute;ticas &agrave; <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-12-01/assembleia-dos-povos-guarani-critica-morosidade-do-governo-para-demarcar-terras-indigenas">lentid&atilde;o do governo </a>federal na demarca&ccedil;&atilde;o de novas terras ind&iacute;genas, a presidenta da Funda&ccedil;&atilde;o Nacional do &Iacute;ndio (Funai), Marta Azevedo, disse que a demora do Poder Judici&aacute;rio no julgamento dos recursos que questionam as iniciativas da funda&ccedil;&atilde;o tem retardado a conclus&atilde;o dos processos demarcat&oacute;rios. A assembleia ind&iacute;gena foi ontem (1&ordm;)</p> <p> &quot;Demora uma gera&ccedil;&atilde;o e, por isso, h&aacute; jovens que crescem em acampamentos, impedidos inclusive de acessar a reprodu&ccedil;&atilde;o da pr&oacute;pria cultura, j&aacute; que n&atilde;o t&ecirc;m acesso efetivo a suas terras&quot;, ressaltou Marta, citando o caso da Terra Ind&iacute;gena Arroio-Kor&aacute;, que fica em Paranhos, munic&iacute;pio sul-mato-grossense na fronteira com o Paraguai.</p> <p> Com mais de 7 mil hectares de extens&atilde;o, a terra ind&iacute;gena foi homologada pelo governo federal em 21 de dezembro de 2009. Sete dias depois, o ent&atilde;o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, concedeu liminar aos donos de uma fazenda de 184 hectares existente na &aacute;rea e suspendeu os efeitos do decreto presidencial sobre a propriedade at&eacute; o julgamento definitivo da quest&atilde;o. Quase tr&ecirc;s anos depois, a disputa jur&iacute;dica ainda n&atilde;o foi julgada.<br /> &nbsp;<br /> &quot;&Eacute; uma daquelas situa&ccedil;&otilde;es em que as pessoas entram na Justi&ccedil;a e obt&ecirc;m a suspens&atilde;o dos decretos de homologa&ccedil;&atilde;o das terras que j&aacute; est&atilde;o demarcadas. Como est&atilde;o judicializadas, os &iacute;ndios ainda n&atilde;o tem a posse destas &aacute;reas&quot;, disse a presidenta da Funai.</p> <p> Marta Azevedo tamb&eacute;m mencionou o caso de processos de demarca&ccedil;&atilde;o que, embora ainda n&atilde;o conclu&iacute;dos, j&aacute; foram judicializados, impedindo os t&eacute;cnicos da funda&ccedil;&atilde;o de continuar os estudos antropol&oacute;gicos e demais procedimentos necess&aacute;rios para que uma terra seja considerada territ&oacute;rio tradicional ind&iacute;gena.</p> <p> Ela admitiu, por&eacute;m, que o trabalho de alguns grupos t&eacute;cnicos constitu&iacute;dos para fazer os primeiros estudos de identifica&ccedil;&atilde;o de terras, sobretudo do sul do estado, realmente v&ecirc;m sendo &quot;morosos&quot;. Neste caso, Marta atribuiu a lentid&atilde;o aos &quot;problemas e &agrave; tens&atilde;o&quot; existentes em Mato Grosso do Sul.</p> <p> &quot;Nosso compromisso &eacute; finalizar aquilo que est&aacute; dentro de nossas compet&ecirc;ncias e pactuar com as lideran&ccedil;as ind&iacute;genas um prazo para entrega de todos os relat&oacute;rios destes grupos de trabalho&quot;, disse Marta. Ela adiantou que todos os estudos dever&atilde;o ser conclu&iacute;dos ainda neste ano. &quot;Muitos antrop&oacute;logos j&aacute; os entregaram. Isso j&aacute; est&aacute; em processo. Queremos entregar os relat&oacute;rios relativos a essas &aacute;reas em estudo para que possamos encontrar solu&ccedil;&otilde;es em curto prazo para pacificar a regi&atilde;o.&quot;</p> <p> Marta n&atilde;o soube precisar, contudo, quantas s&atilde;o as &aacute;reas em estudo. &quot;H&aacute; cinco regi&otilde;es, mas h&aacute; muitas outras terras em processo de demarca&ccedil;&atilde;o que est&atilde;o na Justi&ccedil;a. Por isso, agora estamos tentando construir um entendimento jur&iacute;dico para que possamos compensar [financeiramente] os propriet&aacute;rios rurais que adquiriram, de boa-f&eacute;, t&iacute;tulos de terras devidamente regularizados.&quot;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: N&aacute;dia Franco</em></p> Funai Guarani Kaiowá índios Internacional Justiça mato grosso do sul nhandeva poder judiciário terras indígenas Sun, 02 Dec 2012 14:17:22 +0000 nfranco 709120 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Filho de cacique assassinado pede que sociedade cobre solução para conflito entre índios e ruralistas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-12-01/filho-de-cacique-assassinado-pede-que-sociedade-cobre-solucao-para-conflito-entre-indios-e-ruralistas <p class="rtejustify"> <img alt="" src="http://agenciabrasil.ebc.com.br/ckfinder/userfiles/images/Reportagens Especiais/LUTA-PELA-TERRA/LUTA-PELA-TERRA.png" style="width: 730px; height: 150px;" />Alex Rodrigues<br /> <em>Enviado Especial</em></p> <p class="rtejustify"> Douradina (MS) - Filho do cacique Marcos Veron, assassinado em janeiro de 2003, L&aacute;dio Veron pede que a sociedade procure se informar sobre a situa&ccedil;&atilde;o de abandono dos &iacute;ndios guaranis de Mato Grosso do Sul e cobre das autoridades federais e estaduais uma solu&ccedil;&atilde;o para o conflito entre as comunidades ind&iacute;genas e os produtores rurais sul-mato-grossenses.</p> <p class="rtejustify"> &quot;A gente pede para a sociedade n&atilde;o indigena olhar bem, analisar o sofrimento do povo Guarani Kaiow&aacute;. &Eacute; alta a incid&ecirc;ncia de morte de lideran&ccedil;as, de crian&ccedil;as, de senhoras ind&iacute;genas na hora dos despejos&quot;, disse L&aacute;dio&nbsp;&agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil </strong>e&nbsp;&agrave; <strong>TV Brasil</strong>, se referindo &agrave; a&ccedil;&atilde;o de retirada dos &iacute;ndios de &aacute;reas ocupadas em fazendas do estado. Desocupa&ccedil;&otilde;es muitas vezes feitas &agrave; for&ccedil;a, sem autoriza&ccedil;&atilde;o judicial, e n&atilde;o raramente por seguran&ccedil;as particulares contratados pelos donos das &aacute;reas ocupadas.</p> <p class="rtejustify"> &quot;As pessoas t&ecirc;m que olhar [o que est&aacute; acontecendo] e pressionar o governo para que a demarca&ccedil;&atilde;o de terras ind&iacute;genas saia logo&quot;, declarou L&aacute;dio, apontando o pouco conhecimento da popula&ccedil;&atilde;o sul-mato-grossense sobre a realidade vivida pelos &iacute;ndios.</p> <p class="rtejustify"> &quot;N&oacute;s &iacute;ndios n&atilde;o queremos Mato Grosso do Sul inteiro. N&atilde;o estamos pedindo mais terras al&eacute;m daqueles peda&ccedil;os onde nossos antepassados viveram. Aqueles peda&ccedil;os que s&atilde;o sagrados para n&oacute;s porque ali est&atilde;o enterrados nossos antepassados&quot;, concluiu L&aacute;dio, uma das lideran&ccedil;as ind&iacute;genas presentes a Aty Guasu, tradicional assembleia que re&uacute;ne centenas de guaranis kaiow&aacute;s e guaranis nhandevas que vivem no estado e que, este ano, come&ccedil;ou nesta quarta-feira (28).</p> <p class="rtejustify"> Filho mais velho do cacique Marcos Veron, L&aacute;dio foi, segundo a den&uacute;ncia apresentada pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF), um dos &iacute;ndios feridos pelo grupo de pistoleiros que, em janeiro de 2003, atacou o acampamento ind&iacute;gena. At&eacute; hoje, segundo ele, recebe amea&ccedil;as de morte por lutar pelos direitos de sua comunidade.</p> <p class="rtejustify"> Para L&aacute;dio, a proposta de o Estado brasileiro indenizar integralmente os donos de terras devidamente tituladas apontadas como terras tradicionais ind&iacute;genas pode contribuir para que o conflito fundi&aacute;rio seja superado. Ele, contudo, diz que &eacute; preciso tamb&eacute;m destinar recursos para outros problemas que afetam seu povo.</p> <p class="rtejustify"> &quot;Vamos receber uma terra nua em que vamos ter que trabalhar muito para reflorestar. Ent&atilde;o, tamb&eacute;m s&atilde;o necess&aacute;rios projetos de reflorestamento, projetos para que &aacute;reas se tornem sustent&aacute;veis. E, para isso, tamb&eacute;m os &iacute;ndios precisam de dinheiro&quot;, concluiu L&aacute;dio.</p> <p> &nbsp;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o Beto Coura</em></p> Aty Guasu cacique Marcos Veron Guarani Kaiowá guarani nhandeva Ládio Veron mato grosso do sul Nacional produtores rurais sul-mato-grossenses Sat, 01 Dec 2012 18:05:44 +0000 alberto.coura 709105 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Tradicional assembleia guarani discute problemas indígenas em Mato Grosso do Sul https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-12-01/tradicional-assembleia-guarani-discute-problemas-indigenas-em-mato-grosso-do-sul <p> <img alt="" src="http://agenciabrasil.ebc.com.br/ckfinder/userfiles/images/Reportagens Especiais/LUTA-PELA-TERRA/LUTA-PELA-TERRA.png" style="width: 730px; height: 150px;" />Alex Rodrigues<br /> <em>Enviado Especial<br /> </em></p> <p> <br /> Douradina (MS) - Centenas de &iacute;ndios de praticamente todas as comunidades guarani kaiow&aacute; e guarani nhandeva de Mato Grosso do Sul est&atilde;o desde a &uacute;ltima quarta-feira (28) reunidos em Douradina, a cerca de 50 quil&ocirc;metros de Dourados (MS), onde ocorre o Aty Guassu, tradicional assembleia que re&uacute;ne lideran&ccedil;as ind&iacute;genas, anci&atilde;os, rezadores e demais membros da etnia guarani.</p> <p> O encontro, que conta hoje (1&ordm;) com a presen&ccedil;a de representantes do governo federal, parlamentares sul-mato-grossenses e do Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal, &eacute; realizada na aldeia ind&iacute;gena Lagoa Rica-Panambi, &aacute;rea j&aacute; reconhecida como territ&oacute;rio tradicional ind&iacute;gena e onde atualmente vivem cerca de 180 fam&iacute;lias.</p> <p> Entre os representantes do governo federal presentes &agrave; assembleia ind&iacute;gena est&atilde;o a presidenta da Funda&ccedil;&atilde;o Nacional do &Iacute;ndio (Funai), Marta Azevedo, e o secret&aacute;rio nacional de Articula&ccedil;&atilde;o Social da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica, Paulo Maldos.</p> <p> Ao longo dos quatro dias do encontro, os &iacute;ndios discutiram os principais problemas que afetam os guaranis kaiow&aacute;s, como o direito &agrave; terra e a viol&ecirc;ncia e discrimina&ccedil;&atilde;o a que est&atilde;o submetidos em fun&ccedil;&atilde;o do conflito fundi&aacute;rio com produtores rurais. Al&eacute;m disso, os &iacute;ndios tamb&eacute;m criticam a precariedade na presta&ccedil;&atilde;o de servi&ccedil;os b&aacute;sicos, como sa&uacute;de e educa&ccedil;&atilde;o.</p> <p> Um documento com as reivindica&ccedil;&otilde;es e propostas ind&iacute;genas ser&aacute; entregue &agrave;s autoridades, com a expectativa de que sejam atendidas pelos governos federal e estadual. &quot;N&atilde;o queremos invadir terras de fazendeiros. Queremos nossa terra. Muito sangue dos nossos parentes j&aacute; foi derramado&quot;, declarou &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> e &agrave; <strong>TV Brasil</strong> Alda Silva, esposa do cacique da Aldeia Jaguapiru, localizada em Dourados.</p> <p> &nbsp;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: L&iacute;lian Beraldo</em></p> Funai Guarani Kaiowá guarani nhandeva indígenas índios mato grosso do sul Nacional Sat, 01 Dec 2012 17:51:26 +0000 lilian.beraldo 709104 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ CNBB discute reforma política, violência, Código Penal e questão indígena https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-11-01/cnbb-discute-reforma-politica-violencia-codigo-penal-e-questao-indigena <p> Luciano Nascimento<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist707013/prev/Agencia%20Brasil011112DSC_6843.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 4px; float: right;" />Bras&iacute;lia &ndash; A situa&ccedil;&atilde;o dos &iacute;ndios, a reformula&ccedil;&atilde;o do C&oacute;digo Penal, a necessidade de uma reforma pol&iacute;tica e a viol&ecirc;ncia no pa&iacute;s foram destaques na reuni&atilde;o do Conselho Permanente da Confer&ecirc;ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Acompanhado do&nbsp; secret&aacute;rio-geral, dom Leonardo Ulrich Steiner, o presidente da CNBB, cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, concedeu entrevista coletiva em que apresentou um balan&ccedil;o dos trabalhos realizados nos tr&ecirc;s dias do encontro, encerrado hoje em Bras&iacute;lia (DF).</p> <p> Dom Raymundo disse que v&ecirc; com preocupa&ccedil;&atilde;o o que tem acontecido com diversas etnias ind&iacute;genas no pais. &ldquo;N&oacute;s temos acompanhado a quest&atilde;o&nbsp; e acreditamos que &eacute; uma injusti&ccedil;a o que est&atilde;o fazendo com os guaranis kaiow&aacute;s&rdquo;. O secret&aacute;rio-geral da CNBB e bispo auxiliar de Bras&iacute;lia, Leornardo Steiner, acrescentou que o governo n&atilde;o tem feito o suficiente para resolver os conflitos envolvendo a demarca&ccedil;&atilde;o de terras ind&iacute;genas. &ldquo;&Eacute; decisivo que ele [o governo] se engaje. N&atilde;o &eacute; suficiente o que vem fazendo, em especial com o povo Guarani Kaiow&aacute;. Se os ind&iacute;os n&atilde;o t&ecirc;m garantia &agrave; sua terra, n&atilde;o t&ecirc;m garantida sua sobreviv&ecirc;ncia&rdquo;.</p> <p> Outro ponto destacado pelo bispo foi a reforma do C&oacute;digo Penal Brasileiro. Dom Leonardo Steiner acredita que a reforma est&aacute; caminhando na dire&ccedil;&atilde;o errada e pode resultar em um aumento exagerado da popula&ccedil;&atilde;o carcer&aacute;ria. &ldquo;Hoje n&oacute;s temos uma popula&ccedil;&atilde;o [em pres&iacute;dios] de cerca de 500 mil pessoas, e as vagas n&atilde;o chegam a 300 mil. Se a proposta for aprovada, n&oacute;s rapidamente chegaremos a uma popula&ccedil;&atilde;o de 700 mil&rdquo;. Ele disse que a CNBB est&aacute; analisando a proposta que foi colocada para aprecia&ccedil;&atilde;o da C&acirc;mara e do Senado.</p> <p> Ao analisar as elei&ccedil;&otilde;es municipais, Steiner defendeu a necessidade de uma reforma pol&iacute;tica mais profunda que aborde temas como financiamento p&uacute;blico de campanha e fidelidade partid&aacute;ria, mas, devido &agrave; realidade pol&iacute;tica do Congresso Nacional, n&atilde;o acredita que ela venha a ser feita. O secret&aacute;rio-geral da CNBB defende a participa&ccedil;&atilde;o da popula&ccedil;&atilde;o no processo. &ldquo;Sem a exig&ecirc;ncia da sociedade, a reforma n&atilde;o sai. Talvez seja necess&aacute;ria at&eacute; uma convoca&ccedil;&atilde;o pr&oacute;pria para podermos realmente fazer uma reforma&rdquo;, disse.</p> <p> Dom Raymundo Damasceno elogiou a Lei da Ficha Limpa e ressaltou a necessidade da Justi&ccedil;a Eleitoral julgar os candidatos eleitos e barrados pela lei. &ldquo;S&oacute; na minha diocese existem tr&ecirc;s casos de munic&iacute;pios aguardando a decis&atilde;o&rdquo;. Ele tamb&eacute;m convocou a popula&ccedil;&atilde;o a acompanhar o trabalho dos candidatos eleitos. &ldquo;Precisamos acompanhar os eleitos. O exerc&iacute;cio da cidadania n&atilde;o se esgota na urna&rdquo;, disse.</p> <p> O presidente da CNBB tamb&eacute;m se mostrou bastante preocupado com a viol&ecirc;ncia no pa&iacute;s. Ele citou a escalada de viol&ecirc;ncia em S&atilde;o Paulo e defendeu a necessidade de medidas mais contundentes por parte do governo, mas ressaltou que se trata de um fen&ocirc;meno nacional. &ldquo;A viol&ecirc;ncia &eacute; um problema nacional. Est&aacute; no campo, na cidade, contra os &iacute;ndios. Se somarmos todas as v&iacute;timas, veremos que temos mais v&iacute;timas que pa&iacute;ses que atualmente est&atilde;o em conflito armado&rdquo;, disse.</p> <p> A reuni&atilde;o do Conselho Permanente da CNBB tamb&eacute;m definiu a pauta da 51&ordf; assembleia geral, que ser&aacute; realizada de 10 a 19 de abril de 2013, em Aparecida (SP). Com o tema Comunidades de Comunidade: Uma Nova Par&oacute;quia, o evento far&aacute; uma reflex&atilde;o sobre o papel das par&oacute;quias.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> bispo Brasilia cardeal CNBB Guarani Kaiowá Nacional Novo Código Penal questão indígena reforma política terras indígenas violência Thu, 01 Nov 2012 23:29:40 +0000 fabio.massalli 707043 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Para diminuir conflito com índios Guarani Kaiowá, procurador defende pagamento de indenização a fazendeiros https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-11-01/para-diminuir-conflito-com-indios-guarani-kaiowa-procurador-defende-pagamento-de-indenizacao-fazendei <p> <img alt="" src="http://agenciabrasil.ebc.com.br/ckfinder/userfiles/images/Reportagens Especiais/LUTA-PELA-TERRA/LUTA-PELA-TERRA.png" style="width: 730px; height: 150px;" />Marcos Chagas<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil<br /> </em><br /> Bras&iacute;lia - A Comiss&atilde;o de Direitos Humanos (CDH) do Senado iniciou hoje (1&ordm;) os debates para estabelecer o di&aacute;logo com representantes da sociedade, lideran&ccedil;as ind&iacute;genas e do Poder P&uacute;blico com o objetivo de tentar encontrar uma sa&iacute;da para a viol&ecirc;ncia contra os &iacute;ndios da etnia Guarani Kaiow&aacute; que lutam pela posse da terra em Mato Grosso do Sul. O presidente do colegiado, Paulo Paim (PT-RS), disse que todo o processo de negocia&ccedil;&atilde;o ser&aacute; feito em parceria com a Comiss&atilde;o de Direitos Humanos e Minorias da C&acirc;mara.</p> <p> Para o procurador da Rep&uacute;blica em Dourados (MS), Marco Antonio Delfino, a Uni&atilde;o deve reconhecer sua responsabilidade no processo de coloniza&ccedil;&atilde;o do estado que resultou no quadro atual de conflito agr&aacute;rio na regi&atilde;o. Na &eacute;poca, para que fazendeiros se instalassem no estado, o governo federal concedeu a eles t&iacute;tulos de posse de terras que eram tradicionalmente ocupadas por &iacute;ndios.</p> <p> O procurador sugere que a Uni&atilde;o repasse recursos, por um per&iacute;odo de dez anos, para ressarcir fazendeiros, com base no valor da terra nua, o que viabilizaria o assentamento definitivo dos ind&iacute;genas da regi&atilde;o.&nbsp;&ldquo;H&aacute; uma tens&atilde;o elevada e a &uacute;nica sa&iacute;da &eacute; que a Uni&atilde;o reconhe&ccedil;a esse erro hist&oacute;rico. Infelizmente, a demarca&ccedil;&atilde;o pura e simples s&oacute; significa o acirramento da situa&ccedil;&atilde;o&rdquo;, enfatizou Delfino.</p> <p> O senador Delc&iacute;dio Amaral (PT-MS) considerou a sugest&atilde;o financeiramente vi&aacute;vel e uma sa&iacute;da para acabar com os conflitos entre fazendeiros e &iacute;ndios da etnia Guarani Kaiow&aacute;. O parlamentar pediu ao procurador e &agrave; Funda&ccedil;&atilde;o Nacional do &Iacute;ndio (Funai) que apresentem um estudo detalhado, com o planejamento dos recursos necess&aacute;rios, para que senadores e deputados possam negociar com a presidenta Dilma Rousseff.</p> <p> &ldquo;Podemos ter essas parcelas de R$ 100 mil j&aacute; inclu&iacute;das no Or&ccedil;amento da Uni&atilde;o de 2013, que est&aacute; em elabora&ccedil;&atilde;o pelo Congresso. Mas tem que ser uma realidade para que governo n&atilde;o venha contingenciar os recursos. Essa &eacute; a sa&iacute;da efetiva para resolver os problemas dos ind&iacute;genas&rdquo;, ressaltou o senador.</p> <p> A presidenta da Funai, Marta Maria do Amaral Azevedo, destacou, entretanto, que o reconhecimento da Uni&atilde;o de entrega de t&iacute;tulos de propriedades de terras da etnia Guarani Kaiow&aacute; a fazendeiros &eacute; uma quest&atilde;o a ser negociada com o Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a. &quot;N&atilde;o posso trazer uma solu&ccedil;&atilde;o, mas me comprometo a estabelecer o di&aacute;logo.&rdquo;</p> <p> Marta do Amaral disse que as autoridades de Mato Grosso do Sul precisam se comprometer &ldquo;para melhorar os &iacute;ndices de viol&ecirc;ncia na regi&atilde;o do Cone Sul do estado&rdquo;.</p> <p> &nbsp;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Juliana Andrade e L&iacute;lian Beraldo</em></p> conflito agrário direitos humanos fazendeiros Funai governo Guarani Kaiowá índios Marco Antonio Delfino mato grosso do sul Ministério da Justiça Nacional título de terra violência Thu, 01 Nov 2012 14:49:03 +0000 lilian.beraldo 706998 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Suspensão de liminar não acaba com conflito entre índios e fazendeiros, diz líder guarani kaiowá https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-10-31/suspensao-de-liminar-nao-acaba-com-conflito-entre-indios-e-fazendeiros-diz-lider-guarani-kaiowa <p class="western" style="margin-bottom: 0cm"> <img alt="" src="http://agenciabrasil.ebc.com.br/ckfinder/userfiles/images/Reportagens Especiais/LUTA-PELA-TERRA/LUTA-PELA-TERRA.png" style="width: 730px; height: 150px;" />Alex Rodrigues<br /> <em>Rep&oacute;rter Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist706898/prev/AgenciaBrasil311012EFDSC_5993.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Bras&iacute;lia - Amea&ccedil;ado de morte por sua atua&ccedil;&atilde;o como um dos l&iacute;deres do povo Guarani Kaiow&aacute; em Mato Grosso do Sul, Elizeu Lopes disse hoje (31) que a decis&atilde;o do Tribunal Regional Federal da 3&ordf; Regi&atilde;o (TRF3), em S&atilde;o Paulo, de <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-10-30/suspensa-liminar-que-determinava-retirada-dos-guaranis-kaiowas-de-fazenda-em-mato-grosso-do-sul">suspender a liminar judicial </a>que poderia resultar na retirada de um grupo de 170 &iacute;ndios de uma fazenda localizada em Iguatemi (MS) n&atilde;o resolve o conflito que afeta v&aacute;rias outras comunidades ind&iacute;genas sul-mato-grossenses. &nbsp;</p> <p> &ldquo;A decis&atilde;o de ontem [30] foi positiva, mas, para n&oacute;s, ainda n&atilde;o &eacute; um bom resultado. Para n&oacute;s, a justi&ccedil;a, os governos, est&atilde;o deixando nossas comunidades abandonadas&rdquo;, disse Lopes, durante audi&ecirc;ncia p&uacute;blica promovida pela Comiss&atilde;o de Direitos Humanos e Minorias da C&acirc;mara dos Deputados, esta manh&atilde;, na sede do Conselho Federal de Psicologia.</p> <p> Segundo Lopes, ap&oacute;s d&eacute;cadas esperando que o Estado demarcasse novos territ&oacute;rios ind&iacute;genas e desse um basta ao grave conflito fundi&aacute;rio entre &iacute;ndios e produtores rurais que se estabeleceram na regi&atilde;o ao longo do s&eacute;culo passado, os guaranis kaiow&aacute;s de Mato Grosso do Sul decidiram ocupar e lutar pelas terras que afirmam terem pertencido aos seus antepassados.</p> <p> &ldquo;Estamos sofrendo h&aacute; mais de 30 anos, lutando por nossos territ&oacute;rios, pela nossa terra, acampados a margem de estradas, sem condi&ccedil;&otilde;es de sustentar nossas fam&iacute;lias e ter uma vida tranquila, sem atendimento m&eacute;dico e com nossos filhos tomando &aacute;gua suja e muitas vezes impedidos de estudar. Somos as maiores v&iacute;timas da viol&ecirc;ncia e n&atilde;o aguentamos mais. Por isso, decidimos ocupar nossos territ&oacute;rios&rdquo;, disse Lopes, garantindo que, com a decis&atilde;o ind&iacute;gena de intensificar a ocupa&ccedil;&atilde;o de terras onde hoje est&atilde;o instalados grandes produtores de soja, cana-de-a&ccedil;&uacute;car e gado, boa parte deles legitimados pelo Estado, aumentaram os conflitos.</p> <p> &ldquo;Fazendeiros continuam nos atacando com seus pistoleiros e n&atilde;o t&ecirc;m mais vergonha de dizer na frente das c&acirc;meras que v&atilde;o derramar ainda mais sangue dos guaranis kaiow&aacute;s. Mesmo assim, vamos continuar lutando, ocupando nossas terras. N&atilde;o tem como voltarmos atr&aacute;s nesta decis&atilde;o porque j&aacute; aguardamos muitos anos e n&atilde;o queremos mais promessas nem discursos. Queremos a demarca&ccedil;&atilde;o de nossos territ&oacute;rios&rdquo;, concluiu Lopes, descartando a hip&oacute;tese dos 170 membros da Comunidade Pyelito Kue, em Iguatemi, a cerca de 460 quil&ocirc;metros da capital sul-matogrossense, Campo Grande, se suicidarem, caso fossem obrigados a deixar os dois hectares da fazenda que pleiteiam como sendo um territ&oacute;rio tradicional ind&iacute;gena.</p> <p> Presidente em exerc&iacute;cio da Comiss&atilde;o de Direitos Humanos e Minorias da C&acirc;mara dos Deputados, a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), visitou &aacute;reas em conflito no final do ano passado. Na &eacute;poca, fazendeiros chegaram a tentar impedir a <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-12-05/deputados-apontam-descaso-do-estado-brasileiro-em-relacao-situacao-indigena-em-mato-grosso-do-sul">comitiva</a>, da qual tamb&eacute;m faziam parte os deputados petistas Domingos Dutra (MA) e Padre Ton (RO) e agentes da Pol&iacute;cia Federal, de chegar at&eacute; as &aacute;reas ocupadas por grupos ind&iacute;genas.</p> <p> &ldquo;O n&iacute;vel de enfrentamento &eacute; intenso e, a nosso ver, n&atilde;o ser&aacute; resolvido sem a participa&ccedil;&atilde;o dos entes p&uacute;blicos, inclusive com mudan&ccedil;as legislativas e a eventual possibilidade de os produtores serem indenizados para deixarem a &aacute;rea&rdquo;, disse a deputada, informando que a comiss&atilde;o encaminhou &agrave; presidenta Dilma Rousseff, uma carta manifestando a preocupa&ccedil;&atilde;o com a situa&ccedil;&atilde;o e pedindo a ado&ccedil;&atilde;o de medidas que ajudem a resolver os conflitos.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm"> &ldquo;As solu&ccedil;&otilde;es e possibilidades s&oacute; podem ser concretizadas se houver, por parte do governo, a decis&atilde;o pol&iacute;tica de resolver o problema. Podemos dizer que h&aacute; um processo de etnoc&iacute;dio em curso,&rdquo; disse a deputada.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Carolina Pimentel</em><br /> &nbsp;</p> conflito Guarani Kaiowá índios Justiça mato grosso do sul produtores rurais Wed, 31 Oct 2012 20:42:29 +0000 carolinap 706941 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Estudantes fazem passeata em Brasília em defesa dos guarani kaiowá https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-10-31/estudantes-fazem-passeata-em-brasilia-em-defesa-dos-guarani-kaiowa <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist706912/prev/AgenciaBrasil311012EFDSC_6223.JPG" style="width: 300px; height: 225px; float: right;" />Carolina Gon&ccedil;alves<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil<br /> </em><br /> Bras&iacute;lia &ndash; Com rostos pintados, estudantes de escolas e universidades de Bras&iacute;lia se reuniram com representantes de movimentos sociais e ind&iacute;genas de v&aacute;rios estados, como S&atilde;o Paulo e Mato Grosso, para manifestar o apoio ao povo Guarani Kaiow&aacute; que luta h&aacute; d&eacute;cadas para conseguir a posse da terra em que vive em Mato Grosso do Sul.</p> <p> Aluna de uma escola p&uacute;blica, Bianca Gomes de Souza, 16 anos, explicou o motivo da presen&ccedil;a dos estudantes&nbsp; no manifesto: &ldquo;Esta semana, assistimos a um filme sobre a luta guarani. N&atilde;o sab&iacute;amos. Decidimos vir para ajudar no protesto. Queremos que a terra seja dada aos &iacute;ndios j&aacute; que a terra &eacute; deles&rdquo;, disse.</p> <p> Bisneta de um &iacute;ndio da etnia Guarani Kaiow&aacute; do Rio Grande do Sul, a nutricionista Denise Camargo da Silva disse que s&oacute; soube dos epis&oacute;dios em Mato Grosso do Sul pela rede social Facebook.</p> <p> Emocionada, Denise criticou a falta de informa&ccedil;&otilde;es sobre o que ocorre nas regi&otilde;es onde vivem &iacute;ndios no pa&iacute;s. &ldquo;Trabalhei em um projeto pela UnB [Universidade de Bras&iacute;lia] e visitei algumas etnias em v&aacute;rios lugares do pa&iacute;s. Independentemente do local, eles [&iacute;ndios] sofrem, s&atilde;o segregados, discriminados e violentados. E a l&iacute;ngua deles poucas pessoas falam. At&eacute; isso estamos perdendo e s&atilde;o nossos ancestrais&rdquo;, criticou a nutricionista.</p> <p> O manifesto tamb&eacute;m contou com o apoio de representantes de outros grupos ind&iacute;genas. &Eacute; o caso de Manuel Claudionor, &iacute;ndio da etnia Mutina, de Mato Grosso. Ele &eacute; estudante e disse que soube do protesto pelas redes sociais. &ldquo;Vim pelo que acontece na terra dos guarani, que est&atilde;o perdendo a terra, muitos est&atilde;o sendo assassinados ou est&atilde;o se matando pela perda da sua terra, da sua cultura. Somos &iacute;ndios e temos convic&ccedil;&atilde;o de que todos temos os mesmos direitos. Somos os primeiros habitantes do Brasil&rdquo;, disse.</p> <p> Com uma hist&oacute;ria semelhante de luta pela terra, Rafael Wedero&acute;o&acute;wa Wer&eacute;re&acute;&eacute;, da reserva xavante na regi&atilde;o de Barra do Gar&ccedil;a, em Mato Grosso, refor&ccedil;ou a import&acirc;ncia do apoio entre os povos. Ele lembrou que, quando ainda era adolescente, seus pais foram retirados de uma &aacute;rea ocupada por fazendeiros. &ldquo;Tivemos problemas parecidos na nossa terra. Agora estamos retomando esta terra. O STF [Supremo Tribunal Federal] deu decis&atilde;o favor&aacute;vel para a retirada dos n&atilde;o &iacute;ndios. Temos que apoiar os outros que est&atilde;o na mesma situa&ccedil;&atilde;o&rdquo;, disse.</p> <p> Para o xavante, o apoio de outras etnias pode ajudar na luta pela demarca&ccedil;&atilde;o do territ&oacute;rio guarani kaiow&aacute;. &ldquo;Eles est&atilde;o sofrendo muito e alguns consideram que est&atilde;o invadindo fazendas, sendo que a terra &eacute; deles. Tem que demarcar para que eles possam viver l&aacute; e sejam respeitados como povo&rdquo;, defendeu.</p> <p> O ato que marcou a primeira manifesta&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica a favor do povo Guarani Kaiow&aacute; nas ruas da capital federal, desde que os conflitos entre &iacute;ndios e fazendeiros foram retomados, come&ccedil;ou a ser organizado por um grupo de estudantes da Universidade de Bras&iacute;lia (UnB). &ldquo;Come&ccedil;amos a divulgar nas redes sociais e&nbsp;rapidamente tivemos a ades&atilde;o de centenas de pessoas que come&ccedil;aram a mudar seus nomes no perfil do Facebook [acrescentando o nome da etnia Guarani Kaiow&aacute; aos sobrenomes] e confirmaram a presen&ccedil;a na passeata. Essas pessoas divulgaram v&aacute;rias informa&ccedil;&otilde;es sobre a realidade desse povo&rdquo;, explicou Luiza Oliveira, estudante da UnB.</p> <p> A organiza&ccedil;&atilde;o do protesto calcula que 600 pessoas participaram da passeata que come&ccedil;ou no Eixo Monumental, regi&atilde;o central da cidade, e prosseguiu at&eacute; o gramado em frente ao Congresso Nacional e &agrave; Pra&ccedil;a dos Tr&ecirc;s Poderes, onde de um lado est&aacute; o Supremo Tribunal Federal e, de outro, o Pal&aacute;cio do Planalto. A Pol&iacute;cia Militar, que garantiu a seguran&ccedil;a dos manifestantes, estima que 300 pessoas tenham participado do protesto.</p> <p> Ontem (30), o governo federal anunciou a <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-10-30/suspensa-liminar-que-determinava-retirada-dos-guaranis-kaiowas-de-fazenda-em-mato-grosso-do-sul">suspens&atilde;o da liminar que determinava a retirada dos &iacute;ndios da etnia Guarani Kaiow&aacute; da Fazenda Cambar&aacute;</a>, em Mato Grosso do Sul. Com a decis&atilde;o da Justi&ccedil;a, cerca de 170 &iacute;ndios que vivem no acampamento atualmente devem permanecer no local at&eacute; que a demarca&ccedil;&atilde;o de suas terras seja definida. Representantes do governo ainda garantiram que v&atilde;o agilizar o processo de estudos para demarca&ccedil;&atilde;o da terra ind&iacute;gena. De acordo com o Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a, a Funda&ccedil;&atilde;o Nacional do &Iacute;ndio (Funai) vai apresentar, em 30 dias, o relat&oacute;rio final com a delimita&ccedil;&atilde;o da &aacute;rea reivindicada pelos &iacute;ndios.</p> <p> &nbsp;</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: L&iacute;lian Beraldo</em></p> etnia Guarani Kaiowá indígenas índios manifesto mato grosso do sul Nacional passeata protesto Wed, 31 Oct 2012 16:55:27 +0000 lilian.beraldo 706919 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ Guaranis kaiowás pedem à Procuradoria-Geral da República mais segurança e rapidez na demarcação de suas terras https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-10-29/guaranis-kaiowas-pedem-procuradoria-geral-da-republica-mais-seguranca-e-rapidez-na-demarcacao-de-suas <p class="western" style="margin-bottom: 0cm"> <img alt="" src="http://agenciabrasil.ebc.com.br/ckfinder/userfiles/images/Reportagens Especiais/LUTA-PELA-TERRA/LUTA-PELA-TERRA.png" style="width: 730px; height: 150px;" />Luciano Nascimento<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/23/gallery_assist706769/prev/AgenciaBrasil291012_VAC7624.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Bras&iacute;lia - L&iacute;deres ind&iacute;genas da etnia Guarani Kaiow&aacute; e &Ntilde;adeva pediram hoje (29) &agrave; Procuradoria-Geral da Rep&uacute;blica (PGR) mais seguran&ccedil;a e urg&ecirc;ncia no processo de demarca&ccedil;&atilde;o de suas terras em Mato Grosso do Sul. Eles se reuniram com a vice-procuradora-geral da Rep&uacute;blica, Deborah Duprat. Os &iacute;ndios tamb&eacute;m entregaram um documento solicitando o apoio do Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF) para garantir melhorias no acesso ao Acampamento Pyelito Kue/Mbarakay, &aacute;rea ocupada pelos ind&iacute;genas na Fazenda Cambar&aacute;, em Iguatemi, sul de Mato Grosso do Sul (MS).</p> <p> No documento, eles explicam a situa&ccedil;&atilde;o pela qual passam e reafirmam que &ldquo;a comunidade decidiu que n&atilde;o vai sair nem por bem e nem por mal&rdquo;. &ldquo;Vamos lutar pela nossa terra at&eacute; o &uacute;ltimo guerreiro&rdquo;, diz. Os &iacute;ndios relataram ainda a ocorr&ecirc;ncia de mais um suic&iacute;dio, no &uacute;ltimo s&aacute;bado (26) e tamb&eacute;m denunciaram o estupro de uma &iacute;ndia ocorrido na quarta-feira (24).</p> <p> Otoniel Guarani &Ntilde;adeva, um dos l&iacute;deres, disse que os &iacute;ndios est&atilde;o se sentindo amea&ccedil;ados e que precisam que o Estado trabalhe para dar mais seguran&ccedil;a aos &iacute;ndios que est&atilde;o no Acampamento Pyelito Kue/Mbarakay, onde vivem atualmente 200 &iacute;ndios guarani kaiow&aacute;s. O acampamento ocupa uma &aacute;rea de 2 hectares.</p> <p> Para Otoniel, a demora da Funda&ccedil;&atilde;o Nacional do &Iacute;ndio (Funai) em divulgar o relat&oacute;rio definindo se a &aacute;rea reivindicada pelos &iacute;ndios pertence &agrave; etnia, est&aacute; contribuindo para a situa&ccedil;&atilde;o de viol&ecirc;ncia. &ldquo;N&oacute;s queremos resolver a quest&atilde;o da demarca&ccedil;&atilde;o das terras. Queremos que a Funai divulgue o resultado final sobre a demarca&ccedil;&atilde;o de terras. A&iacute;, sim, acabaria a viol&ecirc;ncia que o nosso povo sofre hoje&rdquo;, disse.</p> <p> Para Deborah Duprat, que coordena a 6&ordf; C&acirc;mara do MPF, que trata de popula&ccedil;&otilde;es ind&iacute;genas e comunidades tradicionais, a situa&ccedil;&atilde;o dos guaranis kaiow&aacute;s &eacute; &ldquo;um dos v&aacute;rios casos em que a omiss&atilde;o do Estado na demarca&ccedil;&atilde;o de terras ind&iacute;genas gera rea&ccedil;&otilde;es dram&aacute;ticas como essa&rdquo;, disse.</p> <p> Segundo ela, a situa&ccedil;&atilde;o dos guaranis kaiow&aacute;s &eacute; semelhante &agrave; vivenciada na demarca&ccedil;&atilde;o da Terra Ind&iacute;gena Raposa Serra do Sol, em Roraima. &ldquo;H&aacute; uma rea&ccedil;&atilde;o enorme do setor dito produtivo de Mato Grosso do Sul. H&aacute; uma resist&ecirc;ncia que chega a ser quase um racismo institucional. O estado colocando as suas institui&ccedil;&otilde;es contra os &iacute;ndios&rdquo;, declarou.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/23/gallery_assist706769/prev/AgenciaBrasil291012_VAC7562.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin-left: 5px; margin-right: 5px; float: left;" />Pra a vice-procuradora, o MPF tem cobrado agilidade da Funai na divulga&ccedil;&atilde;o do relat&oacute;rio, mas que a funda&ccedil;&atilde;o vem estourando todos os prazos. &ldquo;A Funai firmou com o MPF, h&aacute; cerca de tr&ecirc;s anos, um termo de ajustamento de conduta se comprometendo com prazos para a identifica&ccedil;&atilde;o de todas as &aacute;reas ind&iacute;genas em Mato Grosso do Sul. Nada disso foi cumprido. &Eacute; preciso que esses processos sejam conclu&iacute;dos&rdquo;, disse.</p> <p> No dia 16 de outubro, o MPF em Dourados apresentou recurso no Tribunal Regional Federal da 3&ordf; Regi&atilde;o (TRF 3) para reformar a decis&atilde;o da Justi&ccedil;a Federal em Navira&iacute;, que determinou a sa&iacute;da dos &iacute;ndios da fazenda. O MPF pede a perman&ecirc;ncia da etnia Guarani Kaiow&aacute; na &aacute;rea at&eacute; que sejam conclu&iacute;dos os estudos antropol&oacute;gicos aptos a determinar a tradicionalidade da ocupa&ccedil;&atilde;o. A expectativa &eacute; que o recurso seja julgado at&eacute; quarta-feira (31).</p> <p> Mais duas lideran&ccedil;as v&atilde;o se juntar ao grupo que est&aacute; em Bras&iacute;lia. Eles representam 94 mil &iacute;ndios de oito etnias. Amanh&atilde; (30), eles v&atilde;o se reunir com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Ros&aacute;rio, para tratar das viola&ccedil;&otilde;es de direitos humanos sofridas pelos &iacute;ndios.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm"> &nbsp;</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm"> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: A&eacute;cio Amado</em></p> Cidadania Guarani Kaiowá índios Nacional PGR Tue, 30 Oct 2012 01:39:06 +0000 aecioamado 706784 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/ MPF recorre na Justiça contra retirada de índios de fazenda em Mato Grosso do Sul https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2012-10-25/mpf-recorre-na-justica-contra-retirada-de-indios-de-fazenda-em-mato-grosso-do-sul <p class="western" style="margin-bottom: 0cm"> <img alt="" src="http://agenciabrasil.ebc.com.br/ckfinder/userfiles/images/Reportagens Especiais/LUTA-PELA-TERRA/LUTA-PELA-TERRA.png" style="width: 730px; height: 150px;" />Alex Rodrigues<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; O Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF) em Dourados, em Mato Grosso do Sul, recorreu ao Tribunal Regional Federal da 3&ordf; Regi&atilde;o (TRF3) contra a decis&atilde;o da 1&ordf; Vara Federal em Navira&iacute; (MS), que determinou a sa&iacute;da de um grupo de 170 &iacute;ndios da etnia Guarani Kaiow&aacute;, incluindo 50 crian&ccedil;as, da fazenda onde est&atilde;o acampados h&aacute; mais de um ano, em Iguatemi, no sul do estado. A Funda&ccedil;&atilde;o Nacional do &Iacute;ndio (Funai), por meio da procuradoria jur&iacute;dica, tamb&eacute;m j&aacute; tinha ingressado, no &uacute;ltimo dia 10, com recurso no mesmo tribunal contra a decis&atilde;o judicial.</p> <p> No recurso ao tribunal, o procurador da Rep&uacute;blica em Dourados, Marco Antonio Delfino de Almeida, pede a revis&atilde;o da decis&atilde;o de 17 de setembro, quando o juiz federal Sergio Henrique Bonachela, determinou, em primeira inst&acirc;ncia, a reintegra&ccedil;&atilde;o de posse da &aacute;rea aos respons&aacute;veis da Fazenda Cambar&aacute;. O procurador pede que os &iacute;ndios permane&ccedil;am na &aacute;rea at&eacute; que sejam conclu&iacute;dos os estudos antropol&oacute;gicos necess&aacute;rios a verificar se a terra &eacute; ou n&atilde;o tradicionalmente ind&iacute;gena.</p> <p> O recurso do MPF foi ajuizado no dia 16 de outubro, antes do assunto ganhar ampla repercuss&atilde;o, inclusive internacional, devido &agrave; interpreta&ccedil;&atilde;o de que os guaranis kaiow&aacute;s estariam dispostos a se suicidar coletivamente em protesto contra a decis&atilde;o judicial. Em carta endere&ccedil;ada ao governo e &agrave; Justi&ccedil;a brasileira, os l&iacute;deres da comunidade falam em &ldquo;morte coletiva&rdquo; ao se referir aos poss&iacute;veis efeitos da decis&atilde;o da Justi&ccedil;a Federal. E revelam que o grupo j&aacute; perdeu a esperan&ccedil;a de sobreviver &ldquo;dignamente e sem viol&ecirc;ncia&rdquo; na &aacute;rea onde afirmam estar enterrados seus antepassados.</p> <p> &ldquo;Moramos na margem do Rio Hovy h&aacute; mais de um ano e estamos sem nenhuma assist&ecirc;ncia, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos at&eacute; hoje. Passamos tudo isso para recuperar o nosso territ&oacute;rio antigo [&hellip;]. E decidimos integralmente a n&atilde;o sairmos daqui com vida e nem mortos&rdquo;, narram os &iacute;ndios na carta. &nbsp;</p> <p> Para o MPF, a decis&atilde;o da Justi&ccedil;a Federal n&atilde;o levou em considera&ccedil;&atilde;o a ocupa&ccedil;&atilde;o tradicional pelos ind&iacute;genas da &aacute;rea em disputa, chegando o juiz ao ponto de afirmar que &ldquo;perde qualquer relev&acirc;ncia para o deslinde da controv&eacute;rsia saber se as terras em lit&iacute;gio s&atilde;o ou foram tradicionalmente ocupadas pelos &iacute;ndios ou se o t&iacute;tulo dominial do autor &eacute; ou foi formado de maneira ileg&iacute;tima&rdquo;.</p> <p> Segundo o MPF, os &iacute;ndios ocupam apenas dois hectares dos 762 hectares totais da propriedade (um hectare corresponde &agrave;s medidas de um campo de futebol oficial). Ainda de acordo com o &oacute;rg&atilde;o, a &aacute;rea ocupada faz parte de uma reserva de mata nativa, n&atilde;o podendo ser explorada economicamente.</p> <p> Conforme o Minist&eacute;rio P&uacute;blico, em Mato Grosso do Sul, vivem cerca de 44 mil guaranis kaiow&aacute;s, confinados em uma &aacute;rea de pouco mais de 30 mil hectares. Para o MPF, a situa&ccedil;&atilde;o de confinamento impossibilita aos &iacute;ndios a reprodu&ccedil;&atilde;o da vida social, econ&ocirc;mica e cultural, condi&ccedil;&atilde;o agravada pela precariedade das &aacute;reas ocupadas.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: Carolina Pimentel</em></p> Funai Guarani Kaiowá Justiça mato grosso do sul MPF retirada TRF3 Thu, 25 Oct 2012 17:51:06 +0000 carolinap 706293 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/