Andreia Verdélio
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Polícia Militar do Maranhão está executando na capital do estado, São Luís, a Operação Transporte Coletivo Seguro, como resposta à ação de criminosos que incendiaram quatro ônibus na última sexta-feira (3). Segundo o comandante do Policiamento Metropolitano, tenente-coronel Marco Antônio Alves, seis viaturas estão sendo preparadas especificamente para atender à operação.
“Após os acontecimentos, consolidamos um planejamento e temos policiais nos principais corredores de ônibus, tanto embarcados quanto na fiscalização dos veículos”, disse o coronel Alves. Ele explicou que o sindicato da categoria dos transportes também indicou pontos em áreas mais violentas, além do uso das estatísticas da própria Polícia Militar.
Sobre o apoio da Força Nacional para conter a onda de violência no estado, cujo reforço do efetivo foi defendido pelo Ministério Público do Maranhão, o coronel Alves disse que a Polícia Militar trabalha com planejamento e que tem alcançado as metas. “Não podemos entender a questão da segurança como da polícia A ou B, mas temos um efetivo que é compatível para atender à demanda e a PM tem alcançado seus objetivos, de acordo com sua missão”.
Na última segunda-feira (6), o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Maranhão emitiu nota orientando os donos de postos em todo o estado, notadamente na região metropolitana de São Luís, que suspendessem a venda de combustíveis a granel.
Segundo o presidente da instituição, Orlando Santos, o sindicato não pode proibir a venda, mas, em comum acordo com o comando da PM, a orientação foi enviada para dificultar o acesso à gasolina. “É uma medida preventiva, que já gerou uma certa tranquilidade na população e nos revendedores”, argumenta.
A medida é emergencial e será adotada por tempo indeterminado, até que os proprietários de postos de combustíveis se sintam seguros novamente. Para o tenente-coronel Alves, a segurança pública não é responsabilidade exclusiva dos órgãos de segurança: “A medida ajuda e é dessa forma que entendemos, cada um fazendo a sua parte”, explicou. Ainda segundo ele, “os postos agora estão dando provimento a uma medida que é nacional”.
“Esse quadro de crise no sistema penitenciário está instalado em todo o Brasil, não estamos falando de um caso isolado do Maranhão. E a resposta precisa englobar todas as instituições, não só os órgãos de segurança, é uma mobilização nacional e não podemos admitir que determinados segmentos fiquem afastados do processo”, disse o coronel Alves.
Em 2007, a Câmara dos Deputados investigou, por meio de comissão parlamentar de inquérito (CPI), o sistema carcerário nacional, dando especial atenção para os problemas que existiam nas prisões do Maranhão. No capítulo dedicado ao estado, a CPI informou no relatório final dos trabalhos, divulgado no ano seguinte, que o estado tinha 5.258 presos para apenas 1.716 vagas, com déficit de 3.542 lugares.
Sobre as vítimas do incêndio ao ônibus na Vila Sarney Filho, a Secretaria de Saúde informou que o paciente Márcio da Cruz Nunes, de 37 anos, que teve 72% do corpo queimados, continua em estado grave, sedado e respirando com a ajuda de aparelhos. Ele foi transferido ontem em UTI aérea para o Centro de Referência de Queimados, em Goiânia.
A paciente Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, mãe da menina Ana Clara, que não resistiu às queimaduras e morreu na segunda-feira (6), está sendo acompanhada e não corre risco de morte. Ela deverá ser transferida ainda hoje em UTI aérea para Brasília, a pedido da família.
Abyancy Silva Santos, de 35 anos, continua internada, mas deve receber alta até o final de semana. Lorrane Beatriz Santos, de 1 ano e 5 meses, irmã de Ana Clara, continua internada no Hospital Infantil Estadual Juvêncio Matos, mas passa bem e, assim como Abyancy, deve receber alta na próxima semana.
Edição: Davi Oliveira
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