Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Desde domingo (5), índios krikati, guajajara e krenyê bloqueiam um trecho da Rodovia MA-280, entre as cidades de Montes Altos, a cerca de 65 quilômetros de Imperatriz; e o município vizinho, Sítio Novo, no sudoeste do Maranhão. Os índios pedem melhorias no atendimento à saúde, na educação e compensações pela instalação de torres de alta-tensão nas reservas. A rodovia é usada para transporte de produtos que abastecem cidades da região.
O grupo derrubou ontem (6) duas torres de alta-tensão instaladas no interior da Terra Indígena Krikati, em Montes Altos. Segundo a Eletronorte, o fornecimento de energia elétrica não foi prejudicado. Ontem, técnicos da empresa sobrevoaram a área para a avaliar a situação e os prejuízos.
De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), as comunidades indígenas da região vêm reivindicando a finalização da regularização fundiária e a retirada dos não índios da Terra Indígena Krikati. Iniciativas que, de acordo com a fundação indigenista, foram retardadas em função dos recursos judiciais ajuizados pelos atuais ocupantes da área. Após várias idas e vindas, a Funai já começou a notificar os ocupantes de propriedades não regularizadas a deixarem a área entre 30 e 45 dias. Os ocupantes em situação regular, com títulos de terra, serão indenizados.
Os índios da Terra Indígena Krikati também cobram da Eletronorte compensações pela operação das torres de alta-tensão, instaladas na área. A empresa ainda está analisando a questão e informou que deve se pronunciar em breve.
A principal reivindicação constante do documento entregue pelos índios à Funai atende a interesses de outras comunidades indígenas maranhenses, incluindo os guajajaras, que também participam do bloqueio da MA-280: a mudança da gestão do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) no Maranhão, com a saída dos atuais coordenadores. O documento é assinado pela Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima).
Em julho do ano passado, índios ligados à Coapima já haviam ocupado a sede estadual do Dsei por dez dias e a Estrada de Ferro Carajás.
Edição: Carolina Pimentel
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