Da Agência Brasil *
Brasília – As partes envolvidas no conflito no Sudão do Sul começaram hoje (3), em Addis Abeba, capital da Etiópia, as negociações para um cessar-fogo para acabar com três semanas de violência no país. O anúncio foi feito em comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros etíope. "As negociações começaram", disse o ministério, em comunicado.
Participam da rodada de conversações os emissários do presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, e do seu rival e chefe dos rebeldes, o ex-vice-presidente Riek Machar, reunidos em um hotel da capital etíope para colocar um ponto final à escalada de violência que deixou a mais jovem nação do mundo à beira de uma guerra civil.
Hoje, o coordenador dos Assuntos Humanitários da ONU no Sudão do Sul, Toby Lanzer, advertiu que soldados e rebeldes têm de proteger os civis e os trabalhadores humanitários sob pena de o conflito, que já causou milhares de mortos, se intensificar. "Todas as partes do conflito têm a responsabilidade de garantir que os civis sejam poupados na luta. Façam tudo o que for possível para restaurar a calma e assegurar que a lei e a ordem prevaleçam", afirmou Toby Lanzer.
"Apelamos a todas as partes para que facilitem o acesso das agências humanitárias aos civis e que protejam e respeitem as atividades humanitárias, os funcionários e os seus bens, em todos os momentos", apelou Lanzer.
As quase três semanas de violência forçaram cerca de 200 mil pessoas a abandonar suas casas, "afetando muitas centenas de milhares de pessoas indiretamente", ressaltou Toby Lanzer.
A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, também defendeu, em comunicado, que "a proteção de todos os civis tem de ser respeitada". "Tenho observado perturbadoras informações sobre abusos dos direitos humanos", afirmou.
Os Estados Unidos ordenaram nesta sexta-feira a retirada do restante do pessoal da embaixada em Juba, capital do Sudão do Sul, por causa da deterioração da segurança, pedindo aos cidadãos norte-americanos a abandonar o quanto antes o país.
Em mensagem publicada no seu portal na internet, a missão diplomática informa os cidadãos norte-americanos que um voo, planejado pelo Departamento de Estado, sai hoje do aeroporto de Juba em direção "ao país seguro mais próximo". "A embaixada dos Estados Unidos não poderá prestar serviços consulares aos norte-americanos no Sudão do Sul a partir de 4 de janeiro de 2013", informa a mensagem.
*Com informações da Agência Lusa // Edição: Denise Griesinger
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