Da Agência Brasil*
Brasília - A Comissão Eleitoral da Tailândia pediu hoje (26) que o governo adie indefinidamente as eleições marcadas para 2 de fevereiro. O pedido foi feito depois de confrontos entre policiais e manifestantes terem causado a morte de um agente e dezenas de feridos.
A entidade considerou, em comunicado, que nas atuais condições é “impossível” garantir que a votação se realizará em um ambiente de paz e de liberdade. A proposta da entidade é para que, antes do pleito, as partes em confronto se conciliem.
O pedido da Comissão Eleitoral ocorreu depois da morte de um agente de polícia e de 48 pessoas terem ficado feridas na sequência de sete horas de confrontos entre as forças de segurança e manifestantes. Estes tentavam impedir a comissão de prosseguir os preparativos para a votação, no estádio Tai-Japonês, no norte da capital tailandesa, Bangcoc.
Os agentes de segurança usaram balas de borracha, gás lacrimogêneo e canhões de água de pressão para conter mais de mil tailandeses que queriam invadir o estádio. Os manifestantes responderam com pedras, paus e garrafas.
Em outra área da capital, um grupo de manifestantes, na maioria mulheres, fez uma manifestação pacífica. Elas ficaram sentadas na frente da casa da primeira-ministra do país, Yingluck Shinawatra, que está em viagem no Norte da Tailândia.
A frente antigovernamental liderada por Suthep Thaugsuban prometeu impedir a realização das eleições e exige que, antes, sejam feitas reformas políticas por meio de um conselho popular não eleito, com o objetivo de acabar com a corrupção do governo.
A premiê Yingluck, irmã do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, propôs criar uma comissão semelhante, com o objetivo de acalmar os protestos que se iniciaram em outubro e se intensificaram nas últimas semanas, com a ocupação de ministérios.
Segundo ela, essa comissão não faria parte do governo e, de forma neutra, apresentaria propostas constitucionais, econômicas e sociais que garantam a transparência do sistema eleitoral e que eliminem a corrupção em empresas públicas.
A Tailândia vive uma grave crise política desde o golpe militar que, em 2006, depôs Thaksin Shinawatra, que vive exilado em Dubai, para evitar o cumprimento de uma pena de dois anos de prisão por corrupção. A atual primeira-ministra é acusada de manter um governo fantoche controlado pelo irmão.
*Com informações da Agência Lusa