Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – As áreas de infraestrutura logística e energia são prioritárias na nova política operacional anunciada hoje (18), no Rio de Janeiro, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “São necessidades básicas para a eficiência da economia como um todo”, disse o presidente da instituição, Luciano Coutinho, ao acrescentar que essas prioridades estão em consonância com as políticas do governo federal. A nova política operacional deve começar a ser efetivada em fevereiro.
Também em atendimento às diretrizes do governo, terão prioridade os financiamentos para a infraestrutura urbana de saneamento e mobilidade e a modernização da gestão pública, para sanar as deficiências do setor público.
A nova política operacional dará destaque ainda a investimentos de indústrias de bens de capital, setores intensivos em engenharia e inovação, à economia criativa, a serviços técnicos e tecnológicos e à exportação, especialmente o pós-embarque. São setores preferenciais que apresentam elevado conteúdo tecnológico. “São setores transformadores do perfil da indústria e dos serviços no país em direção à maior intensidade do conhecimento e da inovação”.
Outros setores que continuarão tendo preferência nos financiamentos do BNDES são os de micro, pequenas e médias empresas; de meio ambiente, com destaque também para a sustentabilidade urbana; inclusão produtiva e social; e ações sociais das empresas, visando à erradicação da pobreza extrema e ao desenvolvimento regional. “Como banco de desenvolvimento, o BNDES precisa ajudar o desenvolvimento e a desconcentração regional do desenvolvimento”, frisou Coutinho.
Segundo ele, esses vetores prioritários levarão a taxas melhores e níveis de cobertura maiores. Para as demais áreas, os níveis de cobertura serão menores. “E nós vamos buscar operar com taxas mais próximas às do mercado, para ajudar o mercado a financiar junto com o banco.”
O BNDES se comprometeu também em avançar na simplificação, organização e agilidade das operações. Toda a sistemática de processos está sendo revista pelo banco. A instituição pretende atrair o mercado de capitais para o lançamento de debêntures ligadas, especialmente, a projetos de infraestrutura, que demandam prazos muito longos de investimento.
“Estamos, inclusive, propondo uma melhoria do escopo desses incentivos [tributários] às debêntures, porque precisamos abrir espaço para que o mercado de capitais ajude o financiamento de longo prazo”, disse. Ele acredita que isso poderá ocorrer já em 2014. Cerca de R$ 4,5 bilhões em debêntures desse tipo foram emitidos este ano e Coutinho estima que poderá ser atingido, “no mínimo”, o dobro desse valor no próximo ano. O presidente do BNDES observou que a debênture pode ser uma opção de rendimento de longo prazo importante para o poupador, em especial o institucional, em relação aos papéis públicos, aos títulos do Tesouro Nacional. ”Queremos que esse mercado decole.”
Coutinho informou que haverá também um trabalho conjunto com o setor bancário privado para o financiamento de projetos de longo prazo. Ele disse não acreditar que as novas normas diminuam o volume de investimento dos empresários brasileiros, sobretudo os de pequeno e médio porte. “A agenda de produtividade é imperativa para o Brasil”, ressaltou.
Edição: Juliana Andrade
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