Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Ao analisar hoje (3) os dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) 2012, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que a fotografia da educação no Brasil ainda não é boa, mas destacou que os avanços podem ser considerados uma “grande vitória”. Mercadante ressaltou que o Brasil teve a melhor evolução no desempenho da matemática entre os 65 países analisados e reduziu a repetência escolar, ao mesmo tempo que aumentou o número de estudantes na faixa etária de 15 anos em sala de aula.
“O resultado em relação a nossa evolução é uma grande vitória da educação brasileira. Não podemos nos acomodar e temos ainda um atraso histórico muito grande quando falamos em qualidade da educação. Fizemos muito, mas temos que fazer muito mais”, disse. “O Brasil foi o que mais avançou na matemática e o segundo país que mais avançou em cobertura - colocando alunos em sala de aula”, acrescentou Mercadante.
Os dados do Pisa mostram que, desde 2003, o Brasil conseguiu os maiores ganhos na performance em matemática, saindo dos 356 pontos naquele ano e chegando aos 391 pontos em 2012. Entre os 65 países comparados, o Brasil ficou em 58º lugar.
Entre os pontos destacados em relação ao Brasil também está o aumento percentual de estudantes matriculados. De acordo com o estudo, em 2003, 65% dos jovens com 15 anos frequentavam a escola. Em 2012, o país conseguiu matricular 78% dos adolescentes nessa faixa etária.
Apesar de ter conseguido uma evolução nos itens avaliados, o Brasil ainda está nas posições mais baixas do ranking. A avaliação, feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), é aplicada a jovens de 15 anos a cada três anos. A pesquisa mede o desempenho dos estudantes em três áreas do conhecimento – leitura, matemática e ciências. Segundo o ministro, o Pisa de 2012 teve foco em matemática e por isso a comparação entre os resultados devem ser feitos com os da avaliação de 2003.
O ministro cita a olimpíada da matemática como item de destaque para o avanço na disciplina por despertar o interesse de estudantes, professores e gestores escolares para a área. “Seguramente, a olimpíada mobiliza a rede, gera motivação nos estudantes. Esse espírito olímpico da matemática ajudou decisivamente nesse salto”, disse. Ele citou também os investimentos na educação feitos a partir da criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Entre 2009 e 2012, a taxa de repetência caiu de 40,1% para 37,4%, de acordo com os dados do Pisa.“Houve redução importante no nosso caso e muitos países aumentaram”, avaliou o ministro.
Edição: Denise Griesinger
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