Leandra Felipe
Correspondente da Agência Brasil/EBC
Bogotá – O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, nomeou hoje (26) duas mulheres para reforçar a equipe que negocia em Havana o fim do conflito interno entre forças oficiais e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A partir de agora, Nigeria Rentería e María Paulina Riveros farão parte da equipe.
“Elas, como todos os negociadores, são nomeadas, mais por seus méritos e pela contribuição positiva que poderão dar ao processo do que por representarem determinado grupo. Tenho certeza de que isso acontecerá”, disse Santos, ao anunciar a nomeação de Nigeria e María Paulina, que complementarão a equipe após a saída de Luis Carlos Villegas, que foi designado embaixador nos Estados Unidos. As duas começarão a trabalhar quinta-feira (28), quando se inicia mais um ciclo de conversações.
Segundo o governo, ambas farão parte da equipe em igualdade de condições com os que estão no grupo desde o início dos diálogos, há cerca de um ano.
Advogada e mestre em ciências políticas, Nigeria Rentería ocupa atualmente o cargo de alta conselheira presidencial para a Igualdade da Mulher. De acordo com Santos, ela cuidará de manter o enfoque de gênero e igualdade nas conversações. María Paulina Riveros também é advogada e mestre em direitos humanos e prestará assessoria à equipe em diversos temas, como cultivos ilegais e atenção a vítimas de conflitos, nos quais tem “ampla experiência”, disse o presidente.
Nesta semana, na capital cubana, tem início a 17ª rodada de conversações. Ao falar sobre o clima das negociações, o presidente adotou um tom cauteloso. “Para este reinício, temos um otimismo moderado, porque ainda temos muito caminho para percorrer.”
Os negociadores das Farc e do governo analisam o terceiro ponto de uma agenda pré-definida: a solução para o problema dos cultivos ilegais no país.
Já houve acerto parcial sobre o desenvolvimento agrário e a participação política das Farc, após ser firmado um acordo de paz. Além do tema em discussão, ainda serão analisados pontos como a reparação das vítimas do conflito, desarmamento e desmobilização e garantias para o cumprimento dos acordos que serão firmados no pós-conflito.
Edição: Nádia Franco
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