Carolina Sarres
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, se reúne hoje (25) com o atual presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), John Ashe. Um dos principais temas de discussão durante o encontro deverá ser a reforma do Conselho de Segurança da organização, a mais alta instância internacional sobre temas de paz e segurança. A questão vem sendo discutida há anos e ganhou novo fôlego diante da crise na Síria, que tem sido negociada no âmbito de um grupo formado pelos Estados Unidos, pela Rússia, a ONU e a Liga Árabe.
De acordo com o Itamaraty, no encontro com Ashe, Figueiredo vai expressar “firme apoio” à reforma do conselho. O ministro brasileiro também deverá discutir outros temas da agenda internacional - como meio ambiente, especialmente a implementação das decisões da Rio+20, recentemente debatidas na Conferência das Partes (COP-19) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, em Varsóvia, na Polônia.
A conferência, que terminou no último sábado (23), foi criticada pela falta de liderança da Polônia, anfitriã dos debates, na construção de um "mapa do caminho" para a agenda ambiental pós-2015, quando devem ser estabelecidas novas metas para o Protocolo de Quioto na COP-21, em Paris. As organizações não governamentais (ONGs) WWF (World Wildlife Foundation, sigla em inglês) e Greenpeace abandonaram a reunião em protesto.
“Saímos dessa reunião desapontados, mas continuamos absolutamente empenhados em alcançar a cooperação internacional no âmbito das Nações Unidas, para proteger os cidadãos do mundo contra os impactos devastadores das mudanças climáticas. Nós voltaremos em Lima, no ano que vem, com esperança de ver mudanças urgentes de postura”, disse o diretor executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo.
“Varsóvia estabeleceu uma trilha para que os governos esbocem o texto de um novo acordo universal sobre mudança do clima, para apresentar à mesa da próxima conferência da ONU sobre o tema em Lima, no Peru. É um passo essencial para que se chegue a um acordo final em Paris, em 2015”, informou o comunicado oficial da conferência.
No encontro, decidiu-se estabelecer um mecanismo internacional para proteger populações mais vulneráveis de perdas causadas por desastres naturais, especialmente os relacionados ao aumento do nível da água do mar, uma das principais consequências do aquecimento global. A expectativa é que o mecanismo seja implementado a partir do ano que vem.
No âmbito da conferência, também foram anunciadas contribuições financeiras para o combate à mudança do clima, entre os quais estão os fundos que irão viabilizar o Acordo-Quadro de Varsóvia para a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (Redd). O acordo prevê a aplicação de US$ 280 milhões no combate ao desmatamento e à degradação de florestas, uma das maiores causas de emissão de gases causadores de efeito estufa.
Edição: Graça Adjuto
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