Akemi Nitahara, Mariana Tokarnia, Aline Valcarenghi
Repórteres da Agência Brasil
Brasília e Rio de Janeiro – Candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médico (Enem) culparam a demora dos ônibus pelo atraso na chegada ao local de prova neste domingo (27), segundo dia do teste. Em Brasília, no Colégio Marista João Paulo II, Emerson Alves dos Santos, de 18 anos, chegou cinco minutos depois que o portão foi fechado.
Emerson, que cursa o terceiro ano do ensino médio e mora em Samambaia, região administrativa do Distrito Federal distante cerca de 25 quilômetros de seu local de prova, na Asa Norte, conta que chegou à parada às 11h (uma hora antes da abertura dos portões) e esperou pelo ônibus durante uma hora e meia. Ontem (26), o ônibus passou cedo e ele conseguiu chegar na hora, fazendo o trajeto em 30 minutos, mas hoje, não. Emerson faria o Enem para entrar no ensino superior: ele quer cursar educação física ou fisioterapia. "Eu acho que eu fui bem na prova de ontem, mas agora é esperar o ano que vem."
Eliane Barbosa, de 22 anos, chegou um pouco mais atrasada do que Emerson. Ela mora em Ceilândia (DF), que fica a 26 quilômetros do local de prova, foi para a parada de ônibus às 9h30 e esperou até 11h30, quando decidiu ligar para o marido pedindo ajuda. Cleiton Pereira estava trabalhando, largou o serviço e levou a mulher de carro. Mesmo assim, não deu tempo. "Eu não sei por que perguntam na inscrição onde o candidato quer fazer a prova se é para colocar assim tão longe", disse Emerson, nervoso. Eliane usaria a nota do exame para concorrer a uma bolsa pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) em uma faculdade particular.
No Rio de Janeiro, Ramon Eduardo chegou ao Colégio Pedro II, onde faria a prova, assim que os portões fecharam. Ramon, de 20 anos, disse que o ônibus demorou muito a passar.
“Eu moro em Olaria, demora uns 30 minutos, mas está tendo obra da Transcarioca perto da minha casa, foi por causa disso que me atrasei. O ônibus demorou uns 20 minutos, demorou muito. Ontem estava fácil, eu fui bem, mas por causa de um minuto, dois, não pude fazer a prova hoje”.
No Enem do ano passado, ele conseguiu classificação para três faculdades, mas não para o curso que queria, de administração.
Para evitar esse transtorno, Natélia Ribeiro, de 17 anos, chegou à parada de ônibus às 9h. "Eu sei que nem sempre a gente pode confiar nos ônibus. Então, cheguei bem cedo para não ter problemas. É melhor chegar antes."
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, tem feito alertas frequentes aos estudantes sobre o horário e o local das provas. Todos os anos, muitos candidatos chegam atrasados e este é um dos motivos de eliminação do Enem.
Reginaldo Silva, que sempre vende balas, doces e canetas com as especificações dos editais em locais onde são aplicadas provas do Enem e de concursos diversos, disse que é muito comum ver as pessoas chorando por chegaram depois do fechamento dos portões. Ele ressaltou também que muitos candidatos deixam para comprar a caneta em cima da hora. "Se eles estudam o ano todo para a prova, deveriam lembrar que o exame exige um tipo específico de caneta. Eles vem desprevenidos, ou então sabem que estaremos aqui vendendo. Mas é claro que a gente vende mais caro", admitiu Reginaldo.
A edição de 2013 do Enem teve 7,1 milhões de inscrições, número recorde. As provas estão sendo aplicadas em 1.161 cidades em 16.355 locais. Hoje os alunos respondem a questões de linguagem, códigos, matemática e suas tecnologias e fazem a redação. A prova de ontem teve questões de ciências humanas (história, geografia, filosofia e sociologia) e de ciências da natureza (química, física e biologia). Os gabaritos dos dois dias de provas serão divulgados até o dia 30, no endereço www.enem.inep.gov.br.
O serviço de atendimento ao cidadão do Ministério da Educação funcionará no final de semana das 8h às 20h, pelo telefone 0800-616161.
Edição: Nádia Franco
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil