Ana Cristina Campos
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os funcionários da Petrobras e subsidiárias entram amanhã (17) em greve por tempo indeterminado, em protesto contra o leilão do Campo de Libra, previsto para o próximo dia 21. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a categoria exige a suspensão imediata do primeiro leilão do pré-sal, sob o regime de partilha.
“Por lei, o governo pode permitir que esse reservatório fique inteiramente com a estatal, mas, em vez disso, quer entregar o tesouro às multinacionais”, disse o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes.
De acordo com a federação, a greve foi aprovada nos sindicatos filiados “de Norte a Sul do país”, e atingirá refinarias, terminais de distribuição, plataformas de petróleo, campos terrestres de produção, usinas de biodiesel, termoelétricas e unidades administrativas da Petrobras, Transpetro e demais subsidiárias. Apenas na refinaria Lubnor, no Ceará, os trabalhadores farão uma assembleia na manhã desta quinta-feira para decidir se aderem à greve, que, segundo a FUP, foi aprovada nas demais bases do estado.
A federação informou que amanhã os petroleiros farão atos e manifestações nas principais capitais. A FUP diz que trabalhadores terceirizados que atuam nas unidades da Petrobras e subsidiárias participarão da greve. Conforme a entidade, os sindicatos que organizam os terceirizados, como metalúrgicos, construção civil e vigilantes, atuarão em conjunto com os petroleiros ao longo da paralisação.
A retirada de tramitação do Projeto de Lei (PL) 4.330/2004, de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que regulamenta a terceirização no Brasil, também está na pauta de reivindicações. Para os petroleiros, o projeto de lei “piora consideravelmente as condições de trabalho e ataca direitos históricos da classe trabalhadora”. “Ao liberar a terceirização de atividades-fim e acabar com a responsabilidade solidária das empresas contratantes, o PL 4.330 deixa os trabalhadores, principalmente os petroleiros, ainda mais vulneráveis à precarização”, disse Moraes.
Além disso, a FUP e os sindicatos reivindicam avanços na campanha de negociação salarial, lembrando que a proposta apresentada pela Petrobras no dia 7 "foi amplamente rejeitada pelos trabalhadores”.
Edição: Nádia Franco
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