Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Tesouro Nacional está reduzindo os aportes de recursos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com a expectativa de que o financiamento de longo prazo para o setor produtivo seja feito de forma mais intensa pelos bancos privados. No ano passado, esses aportes chegaram a R$ 45 bilhões, mas este ano, de acordo com o órgão, ainda não ocorreram.
Segundo o secretário do Tesouro, Arno Augustin, os aportes para o banco já vêm sendo reduzidos há mais tempo. “A redução de aportes nossos ao BNDES é uma definição do governo há vários anos, e vem ocorrendo ano a ano. Esse ano, evidentemente, vai continuar a ocorrer”, disse Augustin, ao deixar a Escola de Administração Fazendária (Esaf), onde participou da abertura do 3º Congresso de Informação de Custos e Qualidade do Gasto no Setor Público.
Augustin lembrou que o Tesouro não fez, até o momento, nenhum aporte para demandas de 2013. “Fizemos apenas os aportes da legislação e das definições do ano passado para o BNDES, mas não fizemos nenhum a partir de uma iniciativa deste ano. Poderemos vir a fazer, mas, pelo fato de estarmos em outubro, evidentemente, se fizermos, será em valor menor do que no ano passado, que foi R$ 45 bilhões”, explicou o secretário.
A estratégia do governo, de acordo com Augustin, é estimular a participação privada. “Queremos aos poucos que a iniciativa privada assuma parte do financiamento de longo prazo. Achamos que isso é importante no Brasil. Esse é um processo que vem ocorrendo. Debêntures e uma série de outras iniciativas têm permitido que haja um aumento gradativo da participação do setor privado. Essa é a nossa política. Com isso, as concessões vão ter financiamentos não só do BNDES, mas também de outros bancos”, acrescentou.
O secretário disse não saber se há, no BNDES, plano de venda de ativos. “O BNDES é focado em investimento e financiamento de longo prazo. Essa é a vocação, é o que ele faz claramente. Eventualmente, em algumas conjunturas, você pode ter ações como a de oferecer linhas de capital de giro, mas porque são necessárias naquele momento. Hoje, o momento é um pouco diferente. Mas são adequações que os bancos vão fazendo a partir da necessidade de mercado”.
Edição: Davi Oliveira
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