Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As alterações na programação do Festival do Rio adotadas com a suspensão de algumas sessões no Cine Odeon Petrobras, na Cinelândia, centro do Rio, não vai prejudicar a mostra competitiva. A declaração é da diretora de Comunicação e Marketing e integrante do Conselho Diretor do Festival do Rio, Vilma Lustosa.
“Os filmes em competição estão circulando no circuito normal. No Odeon são só as estreias e não conta como júri, mas não tem quem não sinta ver o Odeon meio na sala de espera, mas temos que pensar no público e na segurança das pessoas”, disse em entrevista à Agência Brasil.
O Festival do Rio precisou modificar a programação das exibições de filmes no Cine Odeon Petrobras por causa das manifestações no local. Neste fim de semana não haverá mudanças na programação, mas para hoje (4), segunda-feira (7) e terça-feira (8) as sessões no cinema foram suspensas.
Com as alterações, os organizadores precisaram escolher outros locais para fazer a exibição dos filmes. Nesses dias, as produções da Première Brasil, uma das mostras do festival, foram transferidas para o Cinépolis Lagoon, na Lagoa, zona sul do Rio. Somente quem já comprou ingressos ou os convidados poderão entrar. A direção suspendeu a venda de ingressos no local para evitar a superlotação. Quem comprou o tíquete pode também trocá-lo por outro filme ou optar pelo reembolso. A direção orientou que basta comparecer à central de vendas, no cinema Estação Rio, na Rua Voluntários da Pátria, 35, em Botafogo, zona sul, das 10h às 22h.
O diretor de Projetos Especiais e integrante do Conselho Diretor do Festival do Rio, Marcos Didonet, disse que as alterações na programação, além de aumentar o trabalho da equipe de organizar de exibição, têm uma questão técnica que exige tempo para solucionar. Didonet explicou que como atualmente é usado um sistema digital, os filmes precisam ser ingestados [inserir os vídeos no sistema digital para fazer a exibição] e o processo é demorado, o equivalente ao tempo real da produção.
Vilma Lustosa lembrou que quando os filmes eram em 35 milímetros, os rolos precisavam ser apenas transportados para o lugar de exibição e, quando chegavam ao cinema, a sessão podia começar imediatamente. “Levava o rolo para lá e para cá. Hoje não, os equipamentos são digitais e precisa ingestar todo o filme no servidor. Com isso mudar a programação de um cinema para o outro fica difícil, porque, às vezes, a sala está com outra produção em exibição. É uma logística complicada, mas fizemos a mudança para garantir a continuidade da programação”, esclareceu.
A diretora revelou que terça-feira (1º), quando houve intenso confronto entre manifestantes e policiais militares na Cinelândia, depois da suspensão da sessão das 17h, vários manifestantes procuraram o prédio do cinema para se abrigar. “Estava um bombardeio na Cinelândia com um clima super tenso. Paralisamos a projeção e muitos manifestantes, no desespero de correr, encontraram no Odeon uma oportunidade de abrigo”, disse.
Edição: Fábio Massalli
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