Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A reunião entre técnicos da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, a Cetesb, e representantes da USP Leste para prestar esclarecimentos sobre a situação de contaminação do solo do campus da universidade não foi esclarecedora, disse a professora de ciências da natureza e gestão ambiental Adriana Tufaile, que integra a diretoria da Associação dos Docentes da USP (Adusp). Desde quarta-feira (11), docentes, funcionários e alunos estão em greve, pedindo uma solução para o caso.
O terreno da universidade concentra gás metano – altamente inflamável – proveniente do descarte do desassoreamento do Rio Tietê. No dia 2 de agosto, a unidade foi autuada pela Cetesb por descumprimento de 11 exigências. Uma delas trata justamente do sistema de extração de gases do subsolo.
Em nota, a Cetesb informou que, na reunião, os técnicos disseram que não há riscos para as pessoas que trabalham e circulam pelo campus. “O problema da contaminação se concentra no subsolo e, em função disso, há restrições ao uso da água subterrânea e ao contato direto com o solo nas áreas, que ainda serão objeto de estudos complementares, de acordo com exigências já feitas pela agência ambiental”.
Os docentes, por sua vez, pedem provas documentais de que o local não traz riscos aos frequentadores. “Não acreditamos no que foi falado, queremos ver os documentos, os laudos”, disse Adriana. Segundo ela, a companhia se comprometeu em enviar esses documentos na próxima semana e uma nova reunião foi marcada para quarta-feira (18), no auditório da USP Leste.
Na quarta-feira (11), uma reunião da Congregação da USP Leste – formada por alunos, professores e servidores, decidiu afastar o diretor José Jorge Boueri Filho. A reitoria da USP, porém, informou que a decisão de afastamento cabe ao Conselho Universitário. “Entretanto, é importante ressaltar que a reitoria ainda não recebeu a comunicação oficial da Congregação sobre o caso”, diz a nota da universidade.
Edição: Denise Griesinger
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