Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje (12) que o governo brasileiro precisa reforçar a segurança de dados, principalmente de setores estratégicos.
"O que nós temos [que fazer] é desenvolver sistemas de informações que nos permitam reservar os interesses do país dessa espionagem que, certamente, vai se repetir", destacou, ao se referir às denúncias de espionagem conduzida pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês), que tiveram como alvo a presidenta Dilma Rousseff, assessores e a Petrobras.
O governo brasileiro e o Parlamento têm apresentado pedidos de mais informações a respeito da espionagem. Nas duas últimas semanas, o apelo tem sido reforçado pelas autoridades brasileiras, mesmo diante da garantia dada pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que esteve no Brasil, de que o objetivo do monitoramento feito pelos Estados Unidos é garantir segurança e combate ao terrorismo.
Na semana passada, senadores instalaram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Espionagem, para investigar as denúncias e as explicações de autoridades do governo Barack Obama. Há dois dias, o colegiado decidiu convidar o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, responsável pelas denúncias de que a agência americana, e o seu companheiro, David Miranda, para explicar mais detalhes do caso.
Os senadores também querem ouvir autoridades brasileiras e convidaram, para a próxima semana, a presidenta da Petrobras, Graça Foster, e a diretora da Agência Nacional de Petróleo, Magda Chambriad.
Apesar do clima de indisposição e do suspense em torno da viagem da presidenta Dilma Rousseff aos Estados Unidos, a chefe do Executivo confirmou ontem (11) que estará na abertura da sessão anual da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), no próximo dia 23.
Ontem (11), o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, reuniu-se com a conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice. Apesar de reconhecer como legítimas as preocupações brasileiras, a representante do departamento norte-americano alertou que há uma “distorção” da imprensa nos relatos sobre o caso.
Edição: Talita Cavalcante
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