Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Começou hoje (9) a coleta de amostras para os exames da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). O levantamento, encomendado pelo Ministério da Saúde ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), busca fazer um perfil da população brasileira em relação à prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, aos estilos de vida e ao acesso ao atendimento médico. Para isso, são aplicados questionários em uma amostra de cerca de 80 mil domicílios com base no censo demográfico. Além disso, em cerca de 20 mil das residências estão sendo feitos exames clínicos.
“Nunca foi feita na América Latina, em um país da dimensão do Brasil sobretudo, uma pesquisa baseada em amostra censitária, amostra que representa a população. Portanto, as informações recolhidas da pesquisa podem ser extrapoladas para toda a população”, disse o diretor de Filantropia do Hospital Sírio-Libanês, Sergio Zanetta. O hospital, com sede na capital paulista, é responsável pela organização da rede de coleta das amostras.
Serão feitos exames de sangue e de urina que vão diagnosticar doenças como diabetes, hipertensão, anemia e dengue. “Doenças em que é importante saber sua dimensão, sua quantidade, sua distribuição geográfica e a importância de cada uma no Brasil”, disse Zanetta. Serão coletados também dados relacionados aos hábitos da população, como a quantidade de sal ingerida. “Isso é importante para traçar o perfil médico do consumo de sal no país, que é um dos fatores associados ao desenvolvimento de uma série de doenças, sobretudo à hipertensão arterial”.
Além de balizar as políticas públicas relacionadas à saúde, Zanetta diz que a pesquisa se tornará um ponto de partida para estudos e projetos. “Esse é um instrumento fundamental para o desenvolvimento da pesquisa no Brasil, vai ser utilizado por muitos anos como uma base para várias pesquisas e para o desenvolvimento de vários projetos”, avaliou.
Estão sendo investidos no projeto R$ 21 milhões, sendo R$ 15 milhões repassados pelo Ministério da Saúde ao IBGE e R$ 6 milhões pelo Hospital Sírio-Libanês. A instituição filantrópica faz o aporte a partir dos recursos obtidos com as isenções tributárias que tem direito. Para execução da coleta de amostras, o hospital firmou uma parceria com o grupo Diagnósticos da América e com o Laboratório Fleury. Estão envolvidos cerca de mil profissionais de 470 laboratórios em 671 municípios.
Edição: Fábio Massalli
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